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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

sábado, 19 de novembro de 2011

A Força da Vida!

Sempre mantive um carinho especial pelas plantas, a ponto de ter amigos que chamam a minha sacada de “trecho de mata atlântica”. Minha conexão com as plantas não é superficial, pois raramente cultivo flores (elas acontecem, mas não são o objetivo).
Me admira a vida em si, seja a do imponente Ipê-Roxo que cresce ali na esquina, seja a minúscula floresta de musgos que se acumulam em alguns dos meus vasos. Minha admiração pela vida levou-me a um relacionamento de muito respeito com ela e, sobretudo, ensinou-me a vê-la mesmo onde é ignorada. Não poucas vezes recusei-me a jogar fora algum arbusto seco, cuidando daquele esqueleto de planta por meses, sem desistir, até que finalmente as folhas se apresentam.
Certa vez, caminhando pela rua, passei com meu filho por um galho pouco menor que um metro, arrancado do ipê supracitado por algum vândalo desalmado ou um caminhão muito alto. Meu filho, herdeiro de meu amor pela vida, quis recolher a planta já ressecada. Aceitei levá-la para casa e transformá-la na primeira árvore de meu filho. Com os cuidados adequados aquele galho seco começou a lançar raízes e apresentar folhas. Teria sido um sucesso total, não fossem as visitas de um gato da vizinhança ¹ que, remexendo com frequência a terra do mesmo vaso, acabou matando a planta. De qualquer forma, aprendi com meu filho a expandir meus horizontes em relação à esperança que tenho na Força da vida, uma vez que teria desprezado aquele galho, por mais que eu admire aquela árvore.
Hoje, voltando para casa, percebi numa das ruas da vizinhança um flanboyant ² em flor, com dois pequenos galhos caídos no chão. Eu estava de carro, mas decidi deixar-me conduzir pelo absurdo. Parei uns 10 metrôs depois da árvore (demorei o tempo de percorrer este espaço para decidir que não deveria ter seguido), retornei, desci do carro e apanhei os galhos.
Minha esperança é que vinguem, para presenteá-los ao meu amado filho em retribuição pela aula de confiança na vida que tive anteriormente. Quero ver esta árvore crescer imponente para que me lembre, a cada floração, de jamais desprezar a menor centelha de vida!

Nota:
¹ Que conste nos altos: Eu não sou perfeito. Procuro salvar a vida de galhos secos. Lamento ter que matar algum inseto, porém, que vontade tenho de envenenar este felino “dos infernos”.
² Me apaixonei pelo vermelho intenso das flores desta árvore em visita à Condeúba, cidade de meus avós paternos. Muito me alegrou descobrir que não é rara em São Paulo.

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