Há pouco mais de dois meses fui
desligado da empresa na qual trabalhava, evento seguido pelo desligamento de
vários outros colegas da mesma área. Em um curtíssimo diálogo on-line (via
FaceBook), um amigo trouxe à tona que talvez este termo dê ao indivíduo humano
o valor de “autômato”. Convidado que fui a refletir sobre isto, decidi
localizar o sentido específico da palavra “ligar” a qual, segundo o Dicionário
Michaelis ¹, significa, entre outras coisas, “fazer laço ou nó em; atar, fixar,
prender (vtd1)” e também “fazer aderir; pegar, cimentar (vtd 2)”. Segue um
breve comentário sobre a visão que boa parte das práticas contemporâneas de
gestão de pessoas evidencia em relação à sua matéria prima, o profissional.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Ensaio – O Fim do Tempo (3ª Parte - Conclusão)
Finalmente, chegamos a uma analogia entre
aquilo que chamo “Eu” (ou, “Meu Espírito” ¹) e aquilo que chamo “Universo” (no
sentido de tudo o que está fora de mim e não sou eu). Esta “simpatia” entre a
intenção subjacente ao meu espírito e o próprio comportamento universal é justamente
o que chamou minha atenção e levou à criação do presente texto. Antes de falar
na intenção do espírito, falemos da “intenção da matéria”.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
O Ponto! (Por Mariana Martins)
O texto a seguir é uma excelente reflexão
de minha amiga Mariana (@marimartinsp). Aos que não curtem Matemática deixo uma
dica. Cada novo fragmento de conhecimento que obtemos frente ao Universo é um
Universo de conhecimento que obtemos sobre nós mesmos:
“O ponto em questão neste dialogo é o
próprio ponto. É comum a aplicação de palavras do universo “exatiano” em nossas
rotinas e com diversos significados, até mesmo bem diferentes do que ele
realmente representa. O Ponto é um bom exemplo deste costume.
Um ponto pode ter tantas aplicações que
é difícil defender seu uso e definição apenas com Euclides.
Um ponto numa frase determina o fim: É
um ponto final.
Um ponto no corpo é uma pinta ou uma
cicatriz, que serve como identidade.
Um ponto ao lado do número é um grau.
Um ponto numa discussão é um assunto.
Mas para mim, todos esses pontos, não
são pontos. Afinal, como pode-se pontuar o final de uma frase, um corpo, um
número, com algo sem dimensão?
No caso da discussão, ele se torna tão
palpável quanto ele realmente é.
O ponto é adimensional, logo, objeto de
dimensão 0 (zero). Não possui área, volume, comprimento ou qualquer dimensão
semelhante.
Para compreender melhor podemos pensar
em uma bolinha de gude. Imagine diminuí-la tantas vezes, até que seja
impossível vê-la. Aí esta o ponto. Existem infinitos pontos e infinitos pontos
compõem uma reta.
Numa reta, sempre que eu “pegar” um
ponto para estudo ele estará no meio da reta e eu nunca saberei qual é o
próximo ponto, já que entre o ponto escolhido e o próximo eu posso colocar
quantos eu quiser. afinal, ele não tem dimensão.
Todo esse conceito gerou uma saudável,
discussão entre o Marcelo e eu.
Ele me questionou diversas vezes, me
recordo bem da pergunta que mais gostei:
"... a menor distância concebível
entre 2 pontos é um 3º ponto, portanto, a menor reta ainda é 1 Ponto!"
Essa questão foi realmente empolgante,
tendo conceituado o ponto, e sabendo que não podemos nunca saber qual é o
próximo ponto depois da reta, a menor distancia entre dois pontos é uma reta
tão pequena, mas tão pequena, que ela é quase um ponto, é ligeiramente maior
que algo que não tem tamanho, nem distancia, mas ainda é uma reta. E daí saíram
diversas teorias e fenômenos.
Lembro que esses conceitos são baseados
na geometria Euclidiana”
sábado, 15 de outubro de 2011
Ensaio – O Fim do Tempo (2ª Parte)
Eu sempre gostei de plantas e além de
cultivá-las, cultivava o hábito de admirá-las. Jamais desprezei qualquer uma
delas, seja a mais bela orquídea, seja o mais simples musgo acumulado no canto
de uma parede. Já investi longos períodos de tempo sentado, imóvel, apenas
olhando para uma planta. As ranhuras do caule, os contornos dos galhos, a forma
das folhas.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
É ponto, é pedra... É o fim do caminho?
Mais um EXCELENTE texto do nosso amigo Alexandre ( @xandesantos ). Confiram:
"Outro dia alguém me falou de um livro que me chamou atenção.
300 páginas.
Uma frase em cada página.
E só.
Tudo o mais em branco.
Pensei.
Deve ser um livro fácil de escrever.
E de ler também.
Isso me fez pensar.
Muitas pessoas baseiam a vida em frases prontas.
Colocam ponto final em tudo.
São conceitos fechados.
Curtos.
Conclusivos.
Essas pessoas castram possibilidades que fujam do que aprenderam como certo.
Não abrem espaço ao novo.
Ficam presas a conceitos que a família ou a vida ensinou.
Não ousam.
Perdem oportunidades.
O diferente assusta.
Qualquer coisa que ameace sair do aparente controle é motivo de fuga.
E a vida vai ficando cheia de pontos finais.
Todo mundo sabe para que serve um ponto final.
Não é mistério para ninguém.
O próprio nome já revela a sua missão.
É pôr fim.
Encerrar questão.
Não há discussão.
A vida é assim e acabou.
Pronto.
Fechou.
Deu.
Já era.
Parece ser mais fácil viver assim.
Mas deve dar trabalho encarnar conceitos pré-fabricados todo santo dia.
Minha vida não é feita só de pontos finais.
Prefiro assim.
Preciso arejar o pensamento com vírgulas. Sim, a vírgula é pausa para respirar, deixar entrar ar novo, expelir o ar velho, viciado.
De vez em quando, permito-me parar na “esquina” do pronto e vírgula e respirar um pouco mais. E, com mais calma, elencar os itens que compõem minha história; os fatos que me construíram; os traços da minha personalidade; as quedas que me ensinaram; as vitórias que me fortaleceram.
Minha vida precisa de interrogações. Preciso abri-me às possibilidades que ainda não conheço. Questionar velhos hábitos, repensar, redescobrir-me. Preciso nunca deixar de aprender. E qual a outra forma de aprender, se não perguntando? A interrogação abre espaço para que outras pessoas participem da minha história, contribuam com minha busca.
Por que não? É isso mesmo? O que você acha? Como as pessoas me vêem? Como eu as percebo?
Depois de muitas perguntas, de tempos em tempos, dois pontos me ajudam a explicar, sobretudo para mim mesmo, o que sou: um ser em construção. E então me reafirmo.
Diante de tantas descobertas, uso e abuso das exclamações. Caraca! É isso! Eureca! Encontrei uma pista! Descobri-me!
Contudo, muitas vezes, o trabalho de escrever minha história para nas reticências... E um silêncio angustiante me invade. De repente, acho que tudo o que havia descoberto não passa de... Bobagem? Será? E se... Não, acho que não... Talvez eu...
Como que numa luta por sobrevivência, desespero-me. Quero me agarrar, como que a uma tábua de salvação, em meus conceitos de outrora. Porém, já não sou o mesmo. Prostrado por terra, tento, como que num último suspiro de vida, pontuar novamente minha existência, tocar em algo palpável.
Formulo novos conceitos.
Preciso de chão para pisar.
E tudo fica sólido.
É pedra.
Firmo os pés.
Levanto.
Volto a andar.
Ganho confiança.
Mais rápido.
Corro.
Distraio-me.
Entro no automático.
Até que tropeço numa vírgula.
Pequena, quase imperceptível, ela me lança ao ar. Por um instante, penso poder voar. Atinjo o ápice. Depois, em queda livre, mergulho num mar de vírgulas; ponto e vírgulas; dois pontos; interrogações; reticências...
Retomo o caminho... Estou novamente tentando entender que tipo de texto sou."
Alexandre Santos
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