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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Falácia do Consumo

       A quase totalidade dos amigos que vierem a ler este texto aprecia o Futebol, alguns com devoção quase irracional por determinado time. Pensa-se que expressam Liberdade por admirar este time e não aquele; Ilusão!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Filme: Um novo despertar (The Beaver) - 2011

Certas conversas “entram na moda”, pode perceber. Atualmente pega bem dizer que os ambientes da aventura humana no Universo estão saturados. Agora, no cinema “pós Matrix”, bom mesmo é desbravar a “Terrae Incognitae” da mente humana, o verdadeiro lugar inóspito, a Troglodícia dos tempos atuais.

Para isso então, dá-lhe efeitos especiais luminosos e barulhos ensurdecedores em piruetas ininteligíveis. Nós, espectadores, ficamos atônitos com aquilo tudo, e saímos das sessões de cinema com cara de conteúdo, como se esse mistério da mente humana fosse alguma coisa descoberta agora pela sétima arte (dó). Coisa comum de nossa época, ai de você se criar caso!

Pois é. Quando menos se espera, um filme aparentemente simples, com enredo que pode ser alvo de chacota de um desavisado nos pega de surpresa e, pasmem, sem nenhuma pirotecnia, nos revela o lado mais obscuro da alma humana.

O filme “the Beaver”, ou seja “o Castor”, teve seu título oportunamente mudado para “Um novo despertar”, com certeza para repelir menos as audiências, trata de uma história no mínimo esquisita: um pai de família, engolido pela depressão, tem uma crise e se deixa guiar por um fantoche de pelúcia! O bichinho toma as rédeas da sua vida, reconstruindo-a em diversos aspectos, ao mesmo tempo que a corrompe.

Se você ainda está lendo esse texto, veja bem, não é uma comédia! Ao menos não no sentido normal da classificação. Essa obra cinematográfica dirigida por Jodie Foster segue uma linha parecida com a do filme “Pequena Miss Sunshine” (2006), ao tratar de um sério problema contemporâneo com pitadas de comédia sem optar pelo alivio cômico. É um humor incômodo, sem a baixeza do que chamam por aí de “sarcasmo” ou “humor-negro”, rótulos usados para disfarçar qualquer tipo de vulgaridade no bizarro século XXI.

A metáfora do homem guiado pelo fantoche pode ser desdobrada em diversos aspectos: a força interior humana precisa de um agente externo para ser aplicada a algo? Quando as “muletas” que nos ajudam a caminhar se tornam empecilhos? O que nos faz acreditar que podemos fazer algo que não achávamos plausível?

Para finalizar, destaco aqui a boa atuação de Mel Gibson. Mediano, ele sempre teve seu ponto forte na interpretação de pessoas desequilibradas. Neste filme, o vemos em bom trabalho. Infelizmente, o ator está às voltas com problemas fora dos sets de filmagem o que pode prejudicar o desempenho do filme fora das telas.

De qualquer forma, recomendo a obra, com certeza uma geradora de muitos e bons diálogos!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

um papo sobre "A Utopia" , de Tomás Morus, por Marina Meirelles

No meu ofício de professor tenho muitas surpresas agradáveis. Uma delas divido com vocês agora.

Este é um trecho de trabalho sobre autores renascentistas da minha aluna (e futura escritora) Marina Meirelles, publicado aqui com a autorização dela, claro.

Este texto se encaixa bem na proposta desse blog: um diálogo de amigos sobre coisas úteis.

Segue:

A palavra "utopia" tem um significado conhecido - e até um tanto gasto - nos dias de hoje, e teve muita importância na época em que viveu o grande autor Thomas Morus. Seu livro, a Utopia, foi, e ainda é, uma grande obra do século XVI.


A história se passa numa ilha imaginária onde todos vivem em harmonia e trabalham em favor do bem comum. Desde então o termo “utopia” está associado à fantasia, sonho, fortuna e bem estar, que são aspectos formadores do ambiente onde se desenvolveu a sociedade utopiana, no país chamado Utopia ou Ilha da Utopia que era dominada pelo rei Utopus.


O autor Thomas Morus viveu em meio a uma sociedade medieval e feudal. Não se pensava o mundo como hoje, mesmo porque não havia existência de muitas ciências importantes, como a Sociologia, por exemplo. O livro contesta a situação desigual entre as classes sociais, e promove a ideia de um mundo onde prevalecem os direitos iguais; não um lugar onde as pessoas vivam às custas de algum superior, mas onde todos trabalhem igualmente para então conseguirem seus benefícios.


Já pensei bastante sobre a ideia de um “mundo igualitário”, com a qual todos sonhamos. Afinal, sabemos que estamos longe da perfeição, e que é ela o objetivo de tantas campanhas de “salve o planeta”, de “bondade vence maldade”. É essa a questão: e se conseguíssemos? E se atingíssemos o nível máximo na “escala evolutiva” da perfeição humana? Será que isso de fato é possível? Penso que não. Não existe paz sem guerra, nem bem sem mal, nem pessoas iguais umas às outras. É própria do ser humano a capacidade (e, muitas vezes, necessidade) de discordar. Morus idealizou um mundo onde a compreensão e a aceitação chegaram ao seu ponto máximo. Resta-nos observar a passagem do tempo com atenção e vermos se regredimos ou progredimos e, no último caso, se conseguimos alcançar essa tão sonhada utopia.