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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Cultura

Por um instante expurguemos o entendimento de "culto" como sinônimo de "intelectual" e "erudito". Por um momento aceitemos que culto é todo aquele que participa da Cultura, seja produzindo, seja consumindo. Toda manifestação cultural é fonte de vida e novidade. Todo culto vive de verdade.
Sendo culto o filho da Cultura, não deixa de ser antônimo o "ignorante". Se por um instante emanciparmos "ignorante" da ideia comum de "tolo" ou "desprovido de conhecimento", recordaremos que é, sobretudo, aquele que ignora, tudo em qualquer momento.
O ignorante volta-se contra o belo, contra o bom, cancela ministérios, ovaciona dogmas. Não à toa a semelhança com ígneo. Queima livros, queima bruxas, queima a constituição. Grita alto "não quero vermelho em minha bandeira", mas cala frente à rubra seiva no pátio da escola, sangue de gente "baderneira". 
O culto canta, dança, reza terço ante a imagem de Iemanjá. O ignorante usa terno, batina, farda, recita o catecismo quando Bíblia não há. O culto é mago, multiplica pães, peixes, sorrisos. O tolo é banqueiro, subtrai saldos, investimentos, seus lucros são imerecidos. O culto tudo recebe, transforma, devolve. O tolo recebe, recebe, e se não, remove. O culto quer Cultura mais que tudo. O ignorante a teme, quer o culto mudo. O ignorante interessa a ignorância, fonte do seu sustento. Do culto tomou a Cultura, só sobrou lamento.

3 comentários:

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  2. Vou propagar esse texto loucamente. São tempos sombrios, e se tem uma coisa de positivo nesses tempos é que várias pessoas saem da inércia e se unem para pensar em saídas. Muito bom!
    Não tenho essa leveza com as palavras. Meus argumentos são ásperos, eu discutiria de maneira enfadonha sobre verbas, gastos e programas. Falaria de cortes em áreas que os ignorantes nem sabem o quanto economizarão de fato. De qualquer forma eu deixo aqui minha concordância sobre as ideias apresentadas em seu belo texto.

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    1. O presente é frio, meu caro. A realidade é áspera e a História (aqui representada pela sua pessoa) é seca. Não é bela, não rima, não dança, ela apenas é. E qualquer tentativa de ser diferente disto é floreio, novela, ficção, ou Jornal Nacional. Precisamos dos ásperos, meu amigo. Não se deixe enganar nem diminuir. Eles são a força abrasiva que remove as imperfeições da superfície de nossa sociedade.

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