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segunda-feira, 4 de março de 2013

Descanso Pesado!


Em função de meu atual local de trabalho tenho gozado a feliz oportunidade de ir trabalhar de bicicleta. Aproximadamente  30 minutos de pedaladas na ida, 50 na volta (muitos aclives). Não são de se ignorar os benefícios da atividade física em suas demais atividades do dia, não obstante, não é exatamente sobre isto que desejo falar.

No trecho final da viagem de retorno ao lar há um aclive demasiadamente acentuado (ao menos para mim) o qual nem sempre ouso desafiar. A cada quatro dias de trabalho pelo menos em dois eu subo a referida rua a pé; bicicleta ao lado. Esporadicamente me sinto suficientemente disposto à subida sobre a bicicleta, sendo hoje um destes casos. Enquanto subia, assistia filosoficamente aquela situação, enquanto recordava das brincadeiras de criança e aulas de educação física na escola. A questão era: “O que é o ‘Descanso’?”
Desde a mais tenra infância realizamos brincadeiras que nos expõe a intensas atividades físicas, tais como pega-pega, Futebol, corrida, etc. Corremos até a quase exaustão, depois corremos mais. Num dado momento decretamos “Hora do descanso!” e simplesmente paramos, provavelmente com as mãos apoiadas nos joelhos, face voltada ao solo, respiração forçada, gotas de suor escorrendo por todo o corpo. Já na escola vamos às aulas de educação física. Futebol, basquete, vôlei, atletismo, xadrez ¹, etc. Seu professor te convida a dar cinquenta voltas ao redor da quadra. Obviamente, eu terminava em último, mas pelo menos terminava. Concluído o ciclo, alguns se jogavam ao chão, outros recorriam aos joelhos. Parada total: Eis o significado que costumamos atribuir ao “descanso”. Mas minha lenta subida de bicicleta no aclive desta manhã não permitia paradas. Parar significava carregar a bicicleta o restante do percurso. Eu examinava a rua, a qual já conheço de cor, contando as voltas do pedal para alcançar o ponto no qual o grande aclive se convertia em aclive suave. “Ali descansarei!”, eu pensava. Mas descasar, aqui, não era parar. Era apenas reduzir o ritmo de extremo (e dolorido) esforço para outro de grande (porém suportável) esforço. Filosoficamente transmigrei aquela imagem para outros aspectos da vida cotidiana. Frequentemente procuramos situações de “parada total” e desprezamos as oportunidades de “redução de esforço”. “Eu preciso de férias!” é o mantra repetido. O que proponho ² e a revisão de nossas rotinas e padrões de comportamento, substituindo gradativamente as “paradas totais” pelos “esforços reduzidos”. Quando frente à exaustão, não responder com a desistência. Não mais deixar de produzir, mas tão somente produzir um pouco menos, enquanto recuperamos o fôlego para uma nova onda de grande esforço. Deu certo nesta manhã. Procurarei seguir com esta estratégia em minhas demais atividades. Um “descanso pesado”, mas ainda assim, descanso. Vamos tentar?
Nota:
¹ Pois é! Aprendi a jogar xadrez com o Professor Glício, de Educação Física. Um dos heróis da minha infância lá na E.E.P.S.G. Prof. Wallace Marques
² Importante perceber que isto é menos uma pregação para meus interlocutores que uma tentativa de aprendizado pessoal

3 comentários:

  1. Gostei do texto e da sugestão, isso é algo que procuro fazer, pois tenho dificuldade para iniciar atividades, e ao parar, demoro muito para retornar a essas atividades, ou nem retorno. :)

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    1. É um exercício difícil!
      Estou tentando mantê-lo em mente!!!
      Que a Força esteja com você!

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  2. Nossa, muito bom. Cansa ouvir pessoas procurando fuga o tempo todo. Se reduzissem a marcha, supondo obviamente que trabalham com o que gostam, não pediriam férias depois de apenas dois meses de trabalho. Compartilho da mesma opinião.

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