Em 29 de dezembro, @phdcelo (twitter) publicou as seguintes
"inferências do dia":
·
"Sonhei que a luz se deslocava em curva como característica própria
do seu movimento, mesmo sem interferência gravitacional."
·
"Refletindo sobre a 1ª inferência ocorre-me que é possível! (que a
luz realize uma curva sem interferência da gravidade)"
Em outra mídia social fui convidado a esclarecer este ponto, o que faço
agora.
Não sou físico, portanto, não domino o que exatamente seja a luz, mas
houvi dizer que se comporta tanto como partícula quanto como onda. A mim, por
ora, interessa a partícula. Um feixe muito fino de luz deve ser composto por
uma grande quantidade de partículas (fótons?) andando paralelamente numa
velocidade descomunal (300 mil km/s?). Este feixe seguirá, supõe-se, em linha
reta indefinidamente até que seja interrompido ou desviado. Isto não explica,
todavia, porque não somos assados pelas centenas de estrelas espalhadas pelo
céu, seja dia, seja noite. No vácuo a distância não deveria ser relevante.
Já ouvi sobre a tal "matéria escura", a qual preencheria o
espaço interestelar (aproveito para recomendar o filme
com este nome. rs) e seria responsável pela degradação da potência luminosa com
o passar dos anos luz (a forma do texto pode sugerir passar de tempo, mas falo
de distância). Até que a veja demostrada, a teoria da "matéria
escura" me parece um ex-machina, "sacado da manga" para explicar
algo mal compreendido.
Mas sem matéria escura, como não somos cozidos? Se há mais espaço entre
astros que astros, não se pode falar em um "baile" de influência
gravitacional desviando o excedente da luz, então, o que o desviaria? Talvez a
própria luz! Voltemos ao feixe e sua linha reta infinita.
Para facilitar o raciocínio, reduzamos o incontável número de partículas
a duas partículas paralelas. Em um espaço pequeno (poucos bilhões de
quilômetros) as duas partículas seguiriam perfeitamente alinhadas, não havendo
angulo entre as retas traçadas por cada uma delas. Sendo muito pequenas e
prezas à força da inércia derivada de sua imensa velocidade, apenas depois de
percorrer distâncias incalculáveis é que o irrelevante desvio que uma causa na
outra seria notado. Como estas partículas possuem, creio, alguma carga
eletromagnética, ouso supor que sejam iguais (caso contrário a luz atrairia a
si mesma e se neutralizaria antes que pudesse ser vista por qualquer
observador). Se assim for, tais partículas tendem a se repelir, levando a uma
abertura mínima no ângulo entre as duas retas, o qual era zero até
instantes (ou séculos) atrás. Imaginemos, então, que esta
abertura seja ínfima, uns "0,16 x 10-6" graus.
Mesmo algo tão pequeno, atravessados outros séculos luz (novamente, falo de
distância) culminaria em um "senhor" desvio. Trazendo este raciocínio
ao feixe real, com muito mais que duas partículas, teríamos a luz se abrindo
como uma flor, jogando resíduo luminoso em diversas direções como pétalas
antigas e muito pouco do feixe original atingindo seu destino em linha
reta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário