Quando
digo que me oponho a estas manifestações, eu - que tenho orgulho de anunciar
que não votei na Dilma (muito menos no Aécio, vale registrar) - sou acusado de
petista. Qual a dificuldade deste povo em perceber que suas supostas ações
"apartidárias" são meros bonequinhos à mercê de dedos plenamente partidaristas
aos quais estão presos pelas finas linhas da mídia?
Alerto-vos:
Não existe apartidarismo. Lutar pelo melhor do país é, por definição, tomar um
partido. Não é possível abster-se de política. Eu sei. Já ousei me declarar
apartidário. Desejar o melhor para um grupo social ínfimo (quanto mais para um
Estado) e apresentar publicamente sua intenção já é, por definição, uma ação
política. Emitir opinião, se orientada para questões da pólis, é uma ação
política. Fazê-lo neste cenário de conflitos e divergências, com tantos grupos
puxando cada um para um lado, é tomar partido.
Não aprovo
o evento de 15/03/2015. As “sete bilhões de pessoas” que estiveram na Avenida
Paulista não me representam. Impedir políticos de subir ao palanque é “bonitinho”.
Emociona. Toca o coração de quem ficou em casa. Dá a ilusão de um movimento
plenamente patriota. ILUSÃO! Não há pauta. Não há coerência. Pede-se impeachment
para a presidente. Para quê? Lançar o país nas mãos do vice DELA? Gritam “Fora
PT” para quê? Colocar o país nas mãos do partido que está lá por acordos políticos
com o próprio PT? “Dilma renuncia” beneficia um país ou um partido? Faço votos
de que ela permaneça até o fim do mandato, por mais que estes eventos tenham
fortalecido forças e vozes de oposição (novamente pergunto, estes eventos
favorecem um país ou um partido?) e tenham prejudicado a governabilidade.
Quero
políticos no palanque. Quero bandeiras dos partidos em todos os lados no
momento da manifestação. Isto é transparência. Dia 15 estava plenamente
embebido (quiçá atolado) de partidarismo, mas de uma forma asquerosamente
velada. Escondida. Quando não, desconhecida (e isto é o pior). A liderança
partidária evidente denota organização, possibilita o desenvolvimento coerente
de pautas, exigências, propostas, e possibilita o mínimo de aplicabilidade dentro
do que se pede. Antes de me acusar de tendencioso, reflita: Terminado o mandato
de Dilma ou Temer, não é no “Carlinhos da Paulista” que você votará, a menos
que ele funde um Partido da Panela do Brasil, ou se vincule a um partido pré-existente.
Olha aí o partido de novo.
Deixemos
de alimentar este ridículo "Café com Leite" instaurado sobre dois
partidos como se fossem as únicas opções disponíveis. Votem no Zé da esquina,
do partido RTYHNBJKIUGONJOH do Brasil. Escolham com a prerrogativa da
alternância democrática em mente e se estão tão incomodados com a situação do
país, escolham quem NUNCA ESTEVE LÁ! Parem de ver pesquisas (e, por favor,
percebam que esta porcaria só existe por ser um EXCELENTE MÉTODO DE
CONDICIONAMENTO) e não escolham o candidato em função de tendências. Não
escolham por ser mais provável que este ou aquele vá para o segundo turno ou exclusivamente
por não querer o outro. Escolham um candidato e prossigam com ele até o fim,
mesmo que as pesquisas indiquem que ele só terá dois votos. Ele nunca terá
verdadeira oportunidade de provar seu valor político enquanto os votos forem
decididos por emissoras de TV e institutos de pesquisa. FORA PT? Concordo. Mas
é imprescindível FORA PSDB também!
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