Ainda não li o discurso do Papa,
portanto, não posso comentá-lo!¹ Devemos lembrar que o papa é o representante
máximo de uma Fé a qual não apóia o homossexualismo (algo biblicamente
condenado), portanto, seria leviano de sua parte o apoio direto a tal
movimento! Vale ressaltar que os inúmeros casos de pedofilia na igreja são uma
fração da infinidade de casos de pedofilia na sociedade em geral, assim, não
nos cabe condenar a igreja, mas sim a espécie humana como se tem configurado.
Finalmente, devo dizer que não escrevo
para apoiar nem defender o Papa ou a Igreja (nem cristão eu sou), mas para
expor meu pensamento acerca do Homossexualismo.
O fato é que vivemos uma época de séria disseminação
da promiscuidade ², seja em meio heterossexual, seja em meio homossexual.
Quando um indivíduo opta por constituir família ³, creio que o faz por desejar
manter-se envolvido afetivamente (e sexualmente, por que não dizer?) com apenas
um outro, rompendo com a proposta geral de promiscuidade. Esta máxima vale (ou
deveria valer) em qualquer família que venha a se formar, indiferente da orientação
sexual daqueles que a constituem. Isto posto, devo dizer que a opção pelo
casamento (a luta pelo direito de casar, no caso da união entre homossexuais) é
louvável, pois evidencia nitidamente um posicionamento contrário à degradação
moral apresentada no geral da nossa sociedade.
Resta, portanto, discutir se existe
mesmo algo de execrável na reunião homossexual e se ela ofende, de alguma
maneira, a Família e a Sociedade. Para tanto, à de se discutir sobre o que é o
Homossexualismo em si! Em meu ponto de vista, mais vale refletir sobre o que é
o Heterossexualismo:
Nossa espécie abandonou a prática sexual
para a reprodução – convertendo-a em prática para satisfação (pelo prazer) - em
um passado incalculável (não sou antropólogo), reduzindo, na maioria dos casos,
a reprodução a uma consequência, não um objetivo. O “ide e multiplicai-vos”
tornou-se “ide e satisfazei-vos”! A substituição da necessidade instintiva de
manutenção da espécie pela necessidade subjetiva de satisfação afetiva e física
(sexual) conferiu dimensão diferencia aos relacionamentos, tanto casuais quanto
duradouros. Quando o ato sexual ocorre pela satisfação física, obtida pelo
contato mecânico (estímulo mecânico das áreas erógenas) torna-se arbitrária a pretensão
de estabelecer formas “corretas” para esta atividade! Isto equivale a dizer que
não é o Homossexualismo o desvio, mas sim o próprio Heterossexualismo. Se não
existe mais a necessidade de reprodução 4 para ditar o
modo “correto” da atividade sexual e da seleção dos parceiros, não exagero ao
supor que o Heterossexualismo, em nossa espécie, seja uma invenção, sendo a
postura natural para a atividade sexual o bissexualismo 5.
Um eventual contestador poderia censurar-me
dizendo que nossa espécie não se reduz à máquinas captadoras de prazer
mecânico! CONCORDO! Mas tal afirmação vem apenas reforçar o que já foi
proposto! Se nossa espécie, em sua profunda riqueza espiritual (emocional,
neste caso) não seleciona parceiros com base na mera satisfação mecânica, mas
sim em afinidades totalmente intangíveis, tanto mais nos cabe perceber a
naturalidade com que se deve encarar a formação dos casais, independente da
inclinação sexual dos indivíduos que os compõe.
Para concluir, repito: “Devo dizer que a
opção pelo casamento (a luta pelo direito de casar, no caso da união entre
homossexuais) é LOUVÁVEL”!
PS: O que vale mais? O casal
homossexual, pronto a dar amor e educação digna a uma criança que venha a adotar
(e que nenhum tolo me venha dizer que pode ser torpe tal educação), ou a
mulher, que em união heterossexual produz um rebento indesejado e o abandona
para a adoção?
Nota:
¹
Nem o farei. Há comentários suficientes à respeito.
²
Beiramos a Apologia à Promiscuidade! Basta ouvir as letras do Funk e assistir o
quanto cresce o número de adeptos deste tipo de produção fonográfica.
³
Salvo, é claro, quando a família é constituída por acidente ou imposição
externa.
4 Em uma espécie em situação de explosão
populacional tão agravada quanto a nossa, a reprodução não apenas deixa de ser
necessidade, mas torna-se uma ameaça, se não for muito bem planejada.
5 Que não se leia aqui qualquer apologia
às práticas bi ou homossexuais. Em mesmo, incapaz que sou de desvincular-me de
meus próprios preconceitos não seria capaz de propor a mim ou a outro a
alteração de sua própria postura e prática sexual. O que proponho, de fato, é
que sem alterar minha própria postura, em perceba que não há nada de condenável
na postura do outro. Pelo contrário! Supondo haver algo a se condenar, do ponto
de vista da espécie, que seja eu e meu heterossexualismo incorrigível.
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