Sou homem! ao dizê-lo, preencho-me de todo o preconceito que a necessidade deste tipo de (auto+re+) afirmação transporta ("homem" como entidade nascida com aparato reprodutor masculino e preferência por entidades de aparato feminino). Sou homem! Ao dizê-lo, carrego comigo toda a solidão disfarçada de fé herdada de meus ancestrais ("homem" como indivíduo humano, racional, parcialmente espiritual e plenamente carente de significado). Sou homem! Ao dizê-lo, reafirmo que acompanho meus pares na alucinada e sufocante luta por sobrevivência, curiosamente garantida pela sociedade; curiosamente torturada pela mesma sociedade ("homem" como entidade social, simultaneamente homogêneo e heterogêneo ao meio).