A violência e a
criminalidade são problemas evidentes da sociedade contemporânea. No Brasil
sofremos diariamente com os males que nos atingem direta (meu pai foi
assassinado quando eu tinha 9 anos) e indiretamente (o terror vem até nossa
porta e, caso nos esqueçamos dele por um instante, os telejornais fazem questão
de nos lembrar desta presença).
Hoje, enquanto almoçava, fui
assaltado por uma ideia quase comunista, mas nitidamente eficiente. Antes da
ideia, porém, apresento a fundamentação lógica. A origem da
criminalidade não é a pobreza ou miséria em si. O "roubei para alimentar
meus filhos" deve ser aplicável a uma fração insignificante dos crimes
praticados. Se você visita uma área de extrema pobreza verá homens e mulheres
dispostos a revirar o lixo por alimento antes de recorrer ao crime. Pobreza
gera sofrimento, não crime. A maior fonte de criminalidade é, parece-me, a
desigualdade social - que não significa o mesmo que pobreza.
O abismo crescente entre a
faixa de renda mais baixa e a de renda mais alta engendra ressentimento,
insatisfação, desespero, matéria prima da violência.
Discutir salário mínimo é perda de tempo. As desculpas para retardar seu aumento são inúmeras e o mar de gente com renda inferior ao que deveria ser o piso é revoltante. O acumulo de recursos entre minorias elitizadas, por outro lado, deveria ser amplamente revisto, não retomando as ridículas discussões totalmente infrutíferas sobre como é injusta a desigualdade, muito menos pedindo para este seleto e quase sempre corrupto ("quase" por mera educação) grupo realizar doações.
Discutir salário mínimo é perda de tempo. As desculpas para retardar seu aumento são inúmeras e o mar de gente com renda inferior ao que deveria ser o piso é revoltante. O acumulo de recursos entre minorias elitizadas, por outro lado, deveria ser amplamente revisto, não retomando as ridículas discussões totalmente infrutíferas sobre como é injusta a desigualdade, muito menos pedindo para este seleto e quase sempre corrupto ("quase" por mera educação) grupo realizar doações.
O que precisa ser definido
com urgência - e aqui serei tachado de comunista ou, no mínimo,
inconstitucional - é um salário máximo. Um teto salarial serviria de
freio para a corrupção, uma vez que o poder aquisitivo dos políticos
seria reduzido e controlado, logo, certas aquisições seriam evidências
incontestáveis de ganhos paralelos.
Um teto salarial
restringiria a avidez comercial do setor privado, no qual a diferença entre o
salário de quem realmente realiza a tarefa e de quem meramente finge coordenar
os processos é descomunal.
Finalmente, um teto salarial
serviria de equalizador social, posto que estaria diretamente vinculado ao
salário mínimo. Qualquer aumento naquele só poderia acontecer em resposta a um
aumento neste. Eu iria além, determinando um fator matemático que reduzisse o
aumento do salário máximo (ex: a taxa de aumento do s.Max. será sempre
1/2 da taxa aplicada ao s.min.).
Eu não sou romântico! Sei
que algo assim é utópico. Sei que ainda que fosse aplicado seria muito fácil
obter e mascarar ganhos "paralelos". Mesmo assim eu decidi jogar a
ideia no ar, se não com solução concreta, ao menos alerta da direção na qual
deveríamos estar olhando.
Ganhou a carteirinha de comunista com esse texto.
ResponderExcluirSou um monstro?
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