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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

terça-feira, 10 de maio de 2011

“Ser” Humano! Mesmo? Que tal “Tornar-se”?

            É freqüente o uso do termo – Ser Humano – mas qual sua aplicabilidade? Identifico a mim mesmo, as pessoas de meu convívio e da sociedade em geral como “seres” humanos, mas será que somos? Deixou-me curioso perceber que nossa espécie recebe um “verbo” em sua denominação; apenas ela. Um gorila não é “ser gorila” tampouco “ser primata”, é Gorila.

Vacas, cachorros, pedras, portas, tudo enfim, recebe o nome daquilo que o identifica, mas não recebe este “Ser” que usamos para nós. Penso que a presença de um verbo em nosso nome, mais que um simples substantivo confere a nós uma existência diferenciada, portanto, também uma responsabilidade diferenciada. Não sou cristão, mas a criação é apresenta, naquela mitologia, como toda gerada à partir de um verbo, “No princípio era o Verbo, e o Verbo era Deus”. Não satisfeita com o verbo original, também foi em um verbo – Fiat - que tudo se fez. Para mim, o verbo é o espírito da palavra, ele que dá movimento, fluência e significado ao emaranhando dos substantivos. Sem o verbo, as demais palavras seriam amontoados de rochas; uma parede sem qualquer utilidade. Sendo a palavra o substrato do espírito humano (alguém aí consegue raciocinar sem o uso do idioma? Quando eu penso, o faço em Português. Desconfio que antes da aquisição da língua mal era capaz de perceber minha própria existência) e o verbo a vida da própria palavra, literalmente é o verbo que nos cria, “Fiat Homo”. Uma vez estabelecida a profundidade que o verbo tem para nós, não preciso entrar em analises especificas sobre o verbo “ser” e suas diferenças para o “estar” (ninguém agüenta mais isso. Risos). Retomando a expressão completa – Ser Humano – penso que a presença do verbo no nome de nossa espécie sirva para conferir vida e presença real (EU SOU) à palavra que, no contrário, seria mera classificação. O verbo “ser” implica total identidade entre o sujeito e o predicado, porém, enquanto todos os outros seres estão presos à tal identidade (a porta não pode escolher não ser porta e o gorila não pode escolher não ser gorila) os membros de nossa espécie podem escolher ser portas ou gorilas - você os vê diariamente. Assim, em meio a esta espécie tão múltipla, por isso mesmo tão carente de identidade com sua própria natureza, o lembrete “Seja Humano” está presente desde o seu nome! É sobre esta questão, a identidade, que repousa o meu convite. O homem contemporâneo ignora o valor, significado e responsabilidade da Natureza Humana, portanto, não tem “Sido Humano”; Nesta perspectiva, penso ser imprescindível que repensemos nosso lugar; O lugar do verbo na frase, do individuo na sociedade e da sociedade no mundo; precisamos repensar e redescobrir nossa Humanidade e então, finalmente, viver a experiência do “Tornar-se Humano”!

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