Cabeçalho

Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

domingo, 22 de maio de 2011

Verdade histórica ?

O texto anterior convidou-nos à falar sobre a verdade. Tema espinhoso, como tantos tratados entre os diálogos que originaram este blog.

Várias verdades que me pareciam merecedoras do “V” maiúsculo se esvaíram. E muitas com o minúsculo também. Resta então falar de uma que ao se mostrar inexistente, não me fez sofrer : a tal “Verdade Histórica”.
Quando decidi conhecer os domínios de Clio, quis me aventurar em um ramo do conhecimento humano prazeiroso e abrangente. Dessa forma poderia conhecer o passado tal como ele foi, numa experiência comparada à viagem no tempo, que na minha ingenuidade, achava ser possível.
O prazer de estudar história é enorme. Só quem viveu sabe o que é desbravar uma fonte, textual ou não, e nela perceber a grandiosidade da existência humana. A História serve para entender valores, gestos e ritos que passam ou ficam. Assim sabemos que cada ser humano, em seu tempo e espaço, é singular. Valorizamos a experiência atual, o presente, sabendo que ela não é única.
A abrangência do estudo da História é quase infinita. A mutabilidade do ser Humano, grande objeto do estudo da História, é imprevisível e inesgotável. Por isso mesmo o tal “passado tal como ele foi”, repleto de verdades, caiu por terra nos primeiros minutos de faculdade. O historiador de verdade (não o mercenário fabricante “de Best Sellers”) trabalha com as representações do passado. As nossas fontes falam de um passado que não testemunhamos, aliás, inocência achar que as fontes falam. Ao fim e ao cabo, nós falamos por elas, ou sendo mais didático, “pintamos o passado com tintas do presente”.
E a verdade nisso tudo?
Eu prefiro deixar a verdade no campo da religião. Lá ela supostamente é proferida. O duro, e aí deixo a questão no ar, é que até a verdade tem historicidade, e mudou muito nos últimos séculos...

2 comentários:

  1. Agradeço muito pelo texto. Chamou-me particular atenção o trecho "Várias verdades que me pareciam merecedoras do “V” maiúsculo se esvaíram. E muitas com o minúsculo também.". Em situações diferentes vivi experiência semelhante. Penso que nesta "cair por terra" da sua 1ª visão de História, a qual você já amava (afinal, ninguém o obrigou à tal graduação), você pode tocar a História Viva, acontecendo, sendo descoberta, redescoberta, redesenhada. Você se apaixonou pela História! (Preciso mesmo falar de Amor e Paixão?) Profundo ver que a queda das verdades não empobrece nossas vidas, dá-lhes novo sentido. A queda de alguns significados enriquece outros signos, reapresenta-nos os significantes! Gostei mesmo deste parecer. Pensei na “Coisa em Si” kantiana. A História, salvo falha minha na interpretação de vosso texto, reconheceu não ser de seu domínio o “Passado em si”, isso não diminuiu seu escopo, ampliou seu significado na vida Humana! O senhor falou que deixa a discussão das verdades para a(s) religião(ões), não obstante, mantém em si, creio eu, um acervo de verdades, religiosas ou não, posto ser natural da vida humana a manutenção de paradigmas que lhe sustente a coerência e existência subjetiva.
    Gostaria, dando sequência a este diálogo, que o senhor comentasse sua experiência acadêmica, a influência dela em sua formação como indivíduo crítico e o processo de queda e reestruturação de verdades consequente deste período de sua vida. Note que não procuro usar sua experiência acadêmica para minar as verdades de eventuais novos interlocutores, mas sim visualizar o processo interno que frequentemente avalia as verdades, desfalcando umas, consolidando outras, fundando ainda outras. Aguardo ansioso!

    ResponderExcluir
  2. olá Marcelo!

    Essa sua sugestão de sequencia de diálogo é um pouco complexa, vou pensar um pouco e vou postar algo digno!

    ResponderExcluir