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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Inteligência e Desespero

Durante a greve do metrô, ocorrida nas vésperas da Copa do mundo, mais uma vez pudemos observar o quão frágil é a estrutura de nossa cidade (São Paulo) e, sobretudo, o espírito de nossa população.

A debilidade da estrutura urbana é explicita! É um absurdo que quase toda a logística humana seja tão dependente do metrô e este tão precariamente distribuído e planejado. Mas este não é o foco desta reflexão, sendo grande o volume de material abordando o tema; quero tratar da irracionalidade humana.
O caos não foi fruto da greve, ele veio do desespero. Ainda que interrompido o fluxo da espinha dorsal da cidade, o metrô, não eram poucas as alternativas. Os trens da CPTM alcançam os principais pontos da linha vermelha do metrô (a mais prejudicada pela greve) e linhas e corredores de ônibus atendem bem as outras áreas. A viagem em uma destas alternativas é, obviamente, um pouco mais lenta que através do metrô, porém, não nos deixaria no estado que ficamos.
O caos veio da aliança entre o desespero e o egoísmo, sentimentos que levaram cada usuário de transporte público que possui carro a decidir tirá-los da garagem naqueles dias. Defender-se-ão da acusação de egoísmo os que deram carona. Isto não elimina a ideia de egoísmo, posto que ainda que tenham se preocupado com colegas de trabalho ou amigos que trabalhem perto, em perspectiva mais ampla não houve preocupação com a comunidade.
A reflexão racional e coerente levaria à decisão de - naqueles dias mais do que nunca - guardar os carros. O prejuízo de algum atraso seria irrelevante frente à garantia de manter a cidade andando. Vou além! Eu, que apoiava a greve mesmo sendo completamente dependente do metrô (nunca vou trabalhar de carro), creio que a ação consciente da população em seguir para alternativas legitimaria e fortaleceria os metroviários, já que o impacto da greve seria apenas nos bolsos de uns, não na vida de todos. "O que me interessam os metroviários? Reclamam de barriga cheia!" protestarão outros. Não é problema seu? Egoísmo!
O caos, repito, nasceu do desespero e irracionalidade. Desespero de tirar o carro da garagem mesmo sabendo que as vias não comportariam o volume, irracionalidade dos empregadores que não propuseram "homework" aos funcionários que poderiam fazê-lo, burrice dos que não adiaram compromissos adiáveis.

O transporte público é precário, a greve nesta área dói na alma dos outros trabalhadores, a gestão pública é um lixo! O caos, porém, nasceu do desespero.

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