Cabeçalho

Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Onde Habita o Amor (ou "Sobre os dispostos")

 Antes de mais nada, combine comigo uma regra simples: todas as negações a seguir são meias verdades. Por quê? Porque a propriedade que negam na verdade existe, mas se torna nula quando ofuscada pela afirmação final.

O Amor não pertence aos apaixonados! Os apaixonados mergulham em suas paixões, cujos resultados são imprevisíveis, podendo variar do mais absoluto nada ao maios emocionante romance, mas o produto de seus atos não é, exatamente, amor.

O Amor não é dos românticos, esses tolos sonhadores que fantasiam substituir a refeição por beijos e a labuta por abraços.

O amor não pertence aos poetas, esses magníficos tradutores, capazes de localizar todas a beleza do mundo e vertê-la na tinta e no papel, criam coisas tão belas que são quase amor, mas ainda não.

O Amor pertence aos dispostos, pois trata-se de ato contínuo, deliberado e nada fácil de construir uma história com o outro, com finalidade de subtrair cada vez menos e entregar cada vez mais, enquanto se procura não perder sua própria identidade no processo. O amor do disposto não é a figura do poeta, a fantasia do romântico nem o fogo do apaixonado, é vivo, concreto, presente. Se materializa no "Você está bem?", "Venha com cuidado.!", "Almoce!", "Respire!'; também no "te busco!", "Isso me lembrou você!", no movimento rápido para evitar que o outro tropece, no ombro dado, nas lágrimas enxugadas, o respeito ao silêncio; é o esforço de encaixar o outro na sua vida, mesmo que ela estivesse muito boa sem ele; é a vontade de ser melhor para merecer aquela companhia. Isso e tantas outras coisas, e também é fogo, também é fantasia, também é a figura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário