Cabeçalho

Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Há paz em esperar!

26 de outubro de 2021. Manhã semi fria de uma terça semi vazia numa primavera semi torta (frio e chuva quase o tempo todo). Metrô normal sem "semi", portanto, parado. Já faz uma hora e dez minutos que saí de casa e venci apenas um terço da viagem que costuma levar uma hora.

Estou esperando o trem andar. Esperando o tempo passar. Não estou particularmente frustrado. No passado eu teria odiado o metrô com todas as minhas forças. Não me sinto cansado, chateado, ansioso, nada. Há algum vazio aqui. Não é triste, mas também não é feliz; apenas inerte. Eu tenho algo para ler mas não desejo ler. Um jogo no telefone móvel mas não desejo jogar. Com efeito não tenho nenhuma inclinação particular para nada, nem mesmo para escrever.

O tempo vai passar. O metrô vai andar. Não importa o que eu faça ou não faça. Pessoas adjacentes praguejam contra a má sorte, eu presumo. Não ouvia. Fones e música de qualidade duvidosa me protegem. Nenhuma inclinação de mudar a estação. Estou no mar de sargaços. Deliberadamente decido forçar-me à escrita, mas escrever o quê?

Sempre que escrevo o produto é o que vejo, o que sinto, o que penso. Hoje nada. Tudo vazio.

Eu espero!

Espero que o metrô ande, que o tempo não me traia, que a inspiração venha, que o telefone alerte mensagem, um "bom dia", quiçá café.

Eu espero!

Há paz em esperar.

Não confunda meu vazio com tristeza. Não há paz na tristeza. Há paz aqui. Há paz na espera. Não confunda a ausência de tristeza com alegria. Eu falo de paz, não de alegria. Há paz aqui, não alegria, nem contentamento, nem conforto. Nenhum "bom grado" para demoras. Há alguma saudade, alguma preocupação, uma ausência. Mas há paz em esperar.

Não superinterprete o significado da espera. Não espero "quando's"; Não espero "como's"; não espero "onde's".

"Há paz em esperar" diz apenas isso: Não sou mais refém do tempo; não sofro o processo; assisto; respiro; espero.

Há paz em esperar!!!

Mas não espero os comerciais, convém admitir. Acabo de trocar a estação (do rádio e do metrô).

Nenhum comentário:

Postar um comentário