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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Que a Força esteja com você!


            A mesma experiência desta manhã (da semana retrasada, considerando a data na qual pretendo publicar o presente texto), levou-me a uma segunda reflexão ¹, a qual preferi inserir em um texto distinto para não misturar os assuntos. Muitas vezes as palavras e ações de terceiros nos atingem de forma negativa, nos magoam e machucam espiritualmente (mentalmente) e até mesmo fisicamente. É o Mal que nos fazem. Muitas vezes este mal pode ser realizado inconscientemente, como o caso do sujeito que passou na minha frente no trânsito. Ele não tinha qualquer intenção de me machucar (de fato, não o fez), apenas desejava chegar mais rápido em seu destino, não obstante, me fez algum mal, já que me levou a pensamentos negativos. Frequentemente somos alvejados por males realizados tanto de forma consciente quanto inconsciente. Não me cabe, neste momento, discutir os motivos do agente daquela maldade. No momento, quero refletir sobre nossa reação à maldade.
            Todos os meus amigos conhecem minha fascinação pela saga cinematográfica “Star Wars”, e o evento desta manha trouxe à minha mente trechos daqueles filmes e interpretações para os mesmos. Não é difícil evidenciar as conexões profundas entre o Universo de “Star Wars” e o Budismo, sendo sua característica mais marcante a presença da Força. Também no Budismo (ao menos na linha budista que sigo) não falamos de divindades, mas sim de uma Lei, que permeia todo o Universo, conecta tudo o que existe, torna tudo um. Isto é exatamente igual ao conceito de Força. Não somos ateus, apenas removemos do conceito de divindade todas as máscaras, títulos e características humanas com as quais a havíamos encoberto ². Com isso chegamos á Lei Mística. Chegamos à Força.
            Mas não comecei a escrever para criar um ensaio sobre o Budismo. Quero falar da maldade que recebemos e de nossa postura. No filme “Star Wars” existe a Força, existem aqueles que despertaram para sua essência (Jedi) e aqueles que conquistaram um profundo conhecimento sobre o funcionamento da mesma mas não se libertaram da escuridão fundamental e do egoísmo (Sith). Existe uma diferença muito peculiar entre os dois. Ambos são, simultaneamente, instrumentos e usuários da Força. Ou seja, tanto Jedis quanto Siths deixam-se utilizar pela Força e também a utilizam. São mão e ferramenta. A diferença está no uso que fazem de seu conhecimento. No modo como lidam com a Força. Um Jedi jamais utiliza a Força para o ataque, apenas para a defesa ³ . O Sith, pelo contrário, desenvolve habilidades estritamente voltadas ao ataque, ao ato de subjugar o próximo. Há uma cena que me é muito marcante e justamente nela que repousa minha reflexão. Há um momento em que um mestre Sith utiliza a Força para produzir um raio (algo semelhante a uma descarga elétrica, se posso me expressar assim) e atacar o Mestre Yoda (Um Grande Mestre Jedi). Mestre Yoda poderia facilmente ter-se esquivado do ataque, ou tê-lo revertido em direção do agressor. Não obstante, interrompeu o raio com as mãos, segurou-o por alguns instantes e o absorveu, neutralizando-o completamente.
            Qual é nossa postura frente aos ataques que sofremos? Qual nossa postura frente às maldades que sofremos? O simples ato de revidar nos torna semelhantes ao agressor, criando um círculo vicioso de agressividade e violência. Também não podemos simplesmente sair da frente, pois ignorando quem se encontra atrás de nós, acabaremos por nos tornar co-responsáveis pela dor de um terceiro. Cabe-nos, portanto, a postura de nos defender, defender o próximo e defender até mesmo nossos agressores. Eis o verdadeiro sentido da compaixão. O mal não deve ser rebatido. Também não deve passar direto, seguindo seu caminho de destruição. O Mal deve ser absorvido e convertido em Sabedoria, para o bem de todos. De Todos!
            Que a Força esteja com você!

Notas:
¹ A primeira pode ser lida em Quem é meu Inimigo?.
² Não ouso censurar a presença de tais máscaras. Talvez sejam incluídas para tornar mais clara ou simples a visualização da divindade.
³ Você não terá uma plena compreensão do que estou dizendo sem realizar o esforço de assistir os filmes, caso não os conheça.

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