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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

50 Tons de Homens

            Não, isto não é uma crítica literária. É apenas uma artimanha deste que vos fala para atrair leitores, mediante a correlação entre o título desta reflexão e a obra literária tão comentada nestes últimos tempos. O assunto a ser debatido aqui não terá qualquer relação com o livro, ao qual eu teria, de fato, uma série de críticas a apresentar, todas negativas, nenhuma fundamentada (já que não o li), pura arbitrariedade. Preconceito meu! Curiosamente, é justamente para este ponto, o “Preconceito”, que desejo chamar a sua atenção.

A inteligência humana ¹ é baseada na capacidade que temos em criar conceitos sobre o mundo, aplicando-os a tudo o que nos cerca. Noutras palavras, não existe realidade objetiva sem que a revistamos de conceitos que evidenciam nosso entendimento sobre a mesma. O ato de criar e aplicar conceitos é o fundamento de nossa existência interna (nossa mente) assim como a capacidade de comunicar os conceitos é o alicerce de nossa Linguagem. Não preciso dizer que quanto mais profunda nossa reflexão sobre o mundo, mais adequados serão os conceitos, maior será a precisão do conceito quanto ao objeto sobre o qual iremos aplicá-lo. Por outro lado, a capacidade de criar e aplicar conceitos (assim como de comunicá-los) nem sempre está acompanhada do compromisso de refletir seriamente sobre sua adequação. Estamos viciados em conceituar, embora não alimentemos o hábito de refletir, donde deriva outra característica naturalmente humana: Criamos conceitos ANTES de possuirmos todas as informações necessárias para garantir sua adequação! Conceitos ANTES dos conceitos! Pré-Conceitos! Não pretendo fazer um discurso contra o Preconceito! Você tem preconceitos! Eu tenho preconceitos! Não abro mão deles, afinal, são uma das marcas exclusivas pela qual eu posso, ainda, declarar-me humano! O problema não é o preconceito, mas a ignorância sobre o modo como se forma! A ignorância de que são “inadequados”! É desta ignorância fundamental que surge a Intolerância, pois tomamos por completos os Conceitos que são apenas “Pré”! O sujeito preconceituoso disposto a recuar em seus preconceitos, permitindo-se refletir sobre as diversas lacunas que apresentam, executa a tarefa de revisá-los, ampliando-os ou expurgando-os, conforme cada caso! Ele opera internamente antes que um preconceito se converta em atitude externa! Ele inibe a intolerância, ainda que as razões para o preconceito sejam mantidas e convertidas em conceito, pois aí ele compreende as razões do objeto daquele conceito ser como é!
O sujeito acima deixa de ser preconceituoso? Claro que não, pois não deixa de ser humano, não deixa de viver, portanto, continua sendo bombardeado pelas impressões sensoriais às quais ele terá de atribuir conceitos, muitos dos quais, Pré-Conceitos! Ele apenas parte para a reflexão sobre os novos preconceitos, numa operação ininterrupta enquanto ele continuar neste mundo! Um preconceito muito comum ainda hoje é o tal “Preconceito Racial” ². Fico me perguntando, “O que é o negro?”. Cresci com minha mãe, gaúcha, contando a história de como foi comunicar à minha avó sobre seu namoro e iminente casamento com meu pai, baiano. Hoje minha avó é uma senhora muito sábia e serena, despida de diversos preconceitos do passado, provavelmente por ter realizado o exercício relatado há pouco, não obstante, naquela época a primeira pergunta, tal qual relata minha mãe, foi: “Ele não é negro, 'né' filha?” Eu não sou negro, eu acho! Naqueles questionários apresentados nas entrevistas de empregos costumo assinalar “Pardo” ³, não por preconceito meu, tampouco temendo preconceito do empregador, mas tão somente por ignorar qual a opinião dos outros sobre o que seria o “Negro” e o que seria o “Branco”. A sabedoria reside nas crianças! Meu filho diz que eu sou marrom!
O fato é que diariamente encontro pessoas sábias, pessoas inteligentes, pessoas tolas, pessoas estúpidas, e curiosamente não há qualquer relação entre estas características e o tom da pele delas! Existe um oceano de tonalidades quanto ao comportamento humano, oceano este que vai muito além das cores previstas no Pantone 4 e, com certeza, não pode ser resumido na meia dúzia de tons dos questionários dos entrevistadores! A inclinação ao crime, ao mau gosto musical, ao gosto pelo estudo da matemática, ao amor pela sabedoria (Filosofia? rs), estão para lá de 50 Tons de Homens ou mais! No fim, não existem negros, nem pardos, nem brancos! Existem homens, preconceitos e a consciência ou não da existência dos mesmos! “Consciência” se converte, portanto, em assunto capital! Recentemente comemoramos o dia da “Consciência Negra”! Não sou contra a existência da data, pois é importante que se marque e se relembre todo o erro cometido pelos homens e seus preconceitos! Mas receio que este dia se converta em marca de diferença! “Eles, os negros, os outros, tem um dia para si!”. Como poderiam “os negros” serem “os outros” se não existe outros, apenas existimos “Nós”! Que hoje, portanto, possa se converter em “Dia da Consciência Humana”! Consciência de nossos preconceitos! Consciência dos momentos em que não fomos conscientes!

Notas:
¹ SUPOSTAMENTE o atributo que nos diferencia das outras espécies deste planeta
² Para ler sobre Homofobia convido-o a visitar O que é heterossexualismo? ou ainda Eu apoioa Homofobia
³ Um absurdo que ainda hoje se faça tal tipo de questão. Pior que esta é a “Naturalidade”. Sou paulistano. Seria menos apito à vaga caso me declarasse “Nordestino”?
4 Não sabe o que é Pantone! Wikipédia! Não tenho preconceito com isto! Pantone

4 comentários:

  1. Marcelo, depois da terceira leitura desse texto e dos outros dois que fiz, me surgiu uma dúvida nova: como você coloca aqueles numerozinhos das notas mais acima da linha textual?

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    1. Saudações Sr Lucas!
      Dependendo do seu teclado, notará que existe, à direita da barra de espaço, um tecla chamada "Alt Gr". Notará também que as teclas numéricas apresentam três funções cada (EX: "1" tem "!" acima e "¹" ao lado. "2" tem "@" em cima e "²" ao lado). Caso seu teclado seja como o meu, você utilizará as funções ¹ ² e ³ pressionando as respectivas teclas simultaneamente ao "Alt Gr".
      Caso seu teclado não tenha esta função ou necessite ir além do ³ poderá escrever seus textos no Word antes de copiá-los para o BlogSpot. Lá você deve utilizar o recurso "Sobrescrito" na área de "Configuração de Fonte"
      Finalmente, você poderá procurar na internet uma tabela de ALT Code, com a qual você aprenderá a criar diversos caracteres diferentes ao digitar combinações numéricas junto à tecla ALT. (Ex: Eu nunca digito reticências com Ponto+Ponto+Ponto. Em informática, isto não é o sinal de reticências, é apenas uma sequência de pontos. A reticência real é feita pressionando-se ALT + 0133)
      Até mais!

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    2. Adivinha se eu estou ou não testando todos os Alt+(alguma coisa). Hahahaha.

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    3. KKKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk TE PERDOO!

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