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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Lucro para quem?


            Época de Reajuste Salarial é sempre a mesma coisa: Sindicatos elencando as “maravilhosas” conquistas obtidas para suas respectivas classes, enquanto juram lutar como paladinos por melhores condições de trabalho. Esta é sempre uma ótima época para conquistar novos filiados, afinal, o profissional chega a se sentir culpado quando usufrui destas sem nada oferecer em troca. Uma das “conquistas” mais louvadas é a chamada “Participação nos Lucros e Resultados”, ou simplesmente PLR. Há anos assisto a perplexidade estampada no rosto de meus colegas quando anuncio que sou totalmente contra a PLR, assim, gostaria de aproveitar este espaço para transcrever as explicações que já repeti tantas vezes.

            Não quero transformar este texto em uma denúncia especulativa sobre os reais interesses das Lideranças Sindicais! Isto fica para conversas de bar! Por hora, façamos de conta que eles realmente lutam pelos direitos dos trabalhadores e também foram, como vocês e eu, enganados quando o conceito de PLR foi criado. Você pode não ser sindicalizado, pode não pertencer a uma classe organizada em sindicatos ou simplesmente não trabalha em uma empresa que paga a PLR, ainda assim esta reflexão lhe diz respeito, pois tenho certeza que já passou pela sua cabeça como seria bom trabalhar em uma empresa assim, principalmente quando aquele seu amigo troca de carro ou leva a família inteira para o Nordeste graças à gorda PLR! As campanhas sindicais, ilustradas até em jornais especializados no caso dos sindicatos mais organizados, apresentam grandes anúncios sobre os valores recordes conquistados em PLR a cada ano, mas nunca falam do grande desastre que foi o Reajuste Salarial! É para este ponto que desejo chamar a atenção!
            Nas campanhas que antecedem o dissídio, prometem lutar por grandes aumentos, os chamados aumentos reais, supostamente com um percentual consideravelmente superior ao da inflação. No fim, raramente passam de 5% sobre a inflação, e qualquer trabalhador sabe que na vida real este aumento nem chega perto da inflação. Mas todo mundo esquece isto quando chega a PLR! O maior “cala a boca” das relações trabalhistas. Os endividados quitam seus débitos, os investidores realizam aportes, os desapegados cruzam o país. Agora veja meu ponto de vista:
            A PLR não é um direito fixo. Ainda que exista algum documento que garanta a PLR para determinada classe trabalhista, uma boa PLR neste ano não é garantia de valor equivalente ano que vem. Uma virada de mercado pode ser desculpa até mesmo para a ausência da mesma “Não tivemos lucros significativos este ano!”. Procure conceber, por um instante, o valor da PLR dividido em doze parcelas. Para ser mais específico, imagine-o diluído no salário. Ainda não entendeu? Tomemos por exemplo um trabalhador X, cujo piso salarial seja uns R$ 1500,00. Imagine que ele é bancário ¹ e que neste ano receberá uma PLR de R$ 5000,00. Agora dilua este valor no salário do ano, convertendo a PLR em um Reajuste Salarial, ou seja, 5000 / 12 + 1500. O salário de X iria para, aproximadamente, R$ 1917,00. Um Reajuste Salarial de quase 30%. Em qual companhia você obteria um aumento desta proporção?
            Isto implicaria em mais gastos para a empresa? Talvez! Note que o aumento de 30% teria reflexos em benefícios, férias, horas extras, FGTS, etc. Por outro lado, a bolada de R$ 5000,00 que a empresa teve que gastar com X em uma ou duas parcelas poderia ser retida, aplicada, re-investida, de modo a amenizar este possível déficit e até mesmo potencializar o lucro para o próximo ano. Todo mundo ganha! Por que, então, escolhe-se manter as coisas como estão? Pelo simples fato que o aumento salarial é fixo. Não se pode reduzir o salário no fim do ano seguinte sob alegação de lucros menores e os “patrões” não querem se comprometer deste modo.
            Ainda assim, fica o convite à reflexão! Na próxima vez que receber Participação nos Lucros ou ouvir comentários de um amigo que recebe, pergunte-se, Lucro para Quem?

Notas:
¹ A atividade mais lucrativa, atualmente, portanto, a que apresenta uma das melhores PLR 

2 comentários:

  1. Cara, sem nada a acrescentar. Foi convincente e nem precisava de tantos argumentos.
    O exemplo do bancário foi perfeito.

    Até a próxima!

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    1. Muito boa Noite Ale!
      Considere-se sempre bem vindo a este espaço, afinal, não é minha intenção consolidar um monólogo!

      Que a Força esteja com você!

      P.S.: Próxima postagem - 50 Tons de Homens - Agendada para 14/01. Aguardo sua participação!

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