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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Vidas Passadas - Parte 1

     Há algumas semanas eu atingi a iluminação (preciso lembrar que sou  budista?). Isto é sério, plausível e até matemático.
     O mais legal de atingir o estado de Buda é que você não precisa deixar de ser quem é, não se transforma em um X-Men. É claro que a verdadeira iluminação é muito mais profunda e complexa que o assunto que tratarei aqui, mas não duvido que diariamente todos nós atingimos fragmentos de iluminação sem perceber. Somos todos Budas de direito, embora nem sempre o sejamos de fato. O fragmento de iluminação sobre o qual pretendo falar refere-se as vidas passadas. Não se assuste! Este continua sendo um espaço de investigação filosófica. Não o estou reduzindo ao misticismo e você entenderá se me acompanhar até o final.
Quando "atingi a iluminação" acerca do conceito das vidas passadas o fiz sob três perspectivas:
  1. Filosófica
  2. Matemática (existe o termo "fisicomatemática"?)
  3. Teológica
     Para não deixar a leitura cansativa, tratarei uma destas perspectivas por semana. Na perspetiva filosófica (muitos dirão que "psicológica" seria mais adequado. Prescindi propositalmente) penso em todas as vidas passadas que se pode acumular em uma única existência.
     Hoje você está lendo um ensaio de um sujeito graduado em filosofia, budista, pai, profissional do mundo financeiro, calvo e sem dinheiro para comprar um contrabaixo. Quando atingi a iluminação (uma das características atribuídas ao Buda quando atingiu a iluminação foi ter recordado todas as suas vidas passadas) lembrei-me que numa vida passada declarara-me ateu, fanático por Kant, bancário e avesso à tecnologia. Noutra vida, ainda mais remota, fui técnico em informática, católico fervoroso, defensor e praticante da castidade, músico, jovem. Estas e outras vidas retornaram à minha mente consciente mergulhadas em um caleidoscópio existencial que me apresentava tantas outras configurações quantos fossem as mudanças de perspetiva. Indefinidas vidas, cada qual repleta de seus próprios sofrimentos, desejos, angústias, conquistas. Todas elas, porém, conectadas por este complexo e sutil "continuum" que denomino Marcelo.
Talvez o Raul da Metamorfose Ambulante tenha atingido este mesmo nível de iluminação, assim como o filósofo de Éfeso. Eu mesmo, numa estas vidas passadas, passei horas conversando com um amigo (que naquela vida era estudante de eletrônica. Na vida atual é Mestre em História) sobre o bendito rio, que já não era o mesmo, e sobre nós, que éramos outros mesmo em relação aos dois que iniciaram o diálogo, algumas dezenas de minutos antes.
     Quantos vidas se passaram e quantas ainda viveremos, sem qualquer necessidade de levar a reflexão ao metafísico? Quantas vidas são possíveis numa única existência? Universos inteiros de dramas existenciais em um único espírito, secular por definição e imposição biológica.
     O que aprender com isto? Deixo esta tarefa aos leitores, já que não pretendo converter este texto em uma parábola com profunda significação moral. Reflita e compartilhe suas impressões.
     Em seguida passaremos à perspetiva "fisicomatemática"

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