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terça-feira, 18 de maio de 2021

Eu sonhei com Deus!

      Bom dia. Eu me chamo Marcelo, tenho 39 anos e hoje, 18/5/2021, eu sonhei com Deus. Para compreender a importância pessoal deste evento, por favor leia Eu nunca sonhei com Deus.

      Antes de mais nada eu preciso alertar que não estou falando de profecias ou  visões místicas, não recebi ordens nem fundarei religiões; Estou exclusivamente narrando um sonho.

      No meu sonho era normal em minha rotina ir à casa de Jaggi Vasudev, místico indiano popularmente conhecido como Sadhguru. No sonho, era rotina da casa receber dezenas de peregrinos que se sentavam no chão para ouvir ensinamentos do mestre. No sonho, o mestre não passava mais entre as pessoas, não pregava mais ao vivo; no lugar disso diariamente alguém colocava palestras gravadas em televisores e assistíamos sem reclamar. Ainda no sonho (ou seja, a análise a seguir eu fiz ainda lá, não após acordar) pensei que, seja por idade avançada, seja por cansaço comum, o mestre não passava mais os dias repetindo os mesmos ensinamentos. A grande verdade é que o ensinamento mais profundo não muda, não precisa mudar, somos nós que castigamos os mestres obrigando-os a repetir e redesenhar os ensinos em função de nossa obstinação em não aprender.

      Sei que assisti parte de dois vídeos, porém, infelizmente, não recordo nenhum conteúdo. Notei um senhor idoso, caminhando entre as pessoas, abençoando-as discretamente. Era o próprio Sadhguru, disfarçado, mantendo-se cuidando dos demais.

      Sei que entre o "capítulo A" (nome que darei ao trecho acima) e o "capítulo C" (nome que darei ao trecho abaixo) há uma séria de eventos adicionais (capítulo B?) que não consigo me lembrar. Algo bem fragmentado e distante. Acho que falei com Deus uma ou duas vezes, talvez tenha falado com o Sadhguru, talvez tenha realizado tarefas (ou me recusado a realizá-las), sei que fiz brincadeiras; acho que eu caçoava da corte divina, não por desdém, apenas por hábito. Algo equivalente ao Rei Macaco chinês (não confundir com Hanuman, o Deus Macaco hindu, apesar da provável origem comum).

      Das quase claras lembranças da casa de Sadhguru e das nada claras lembranças da possível visita à corte celestial a minha história onírica salta para um pátio grande (bem semelhante ao de uma escola) com bancos de cimento. Pessoas andavam em todas as direções (como num recreio) e eu estava deitado em um banco, olhando para o céu, mordiscando um lanche que não conheço; eram dos pedaços de um tipo de alimento sólido, um claro (branco?) um escuro (preto ou verde muito escuro) que, por tradição, eram comidos juntos (como o nosso "romeu e julieta"). Você os sobrepunha e mordia simultaneamente um pedaço de cada um. No meio deste ato senti-me chamado. Não havia uma voz nem meu nome era dito; não estamos na Bíblia e esta não é a história de Samuel. Olhei para baixo (na direção dos meus pés. Seria "para frente" se eu estivesse em pé) e vi que Shiva estava lá, me encarando. Olhei para frente (lembre-se. eu estava deitado. Então olhei para o céu, para cima se estivesse em pé), acho que disfarçando a ciência da presença de Deus.

      Mordi um ultimo pedaço da iguaria desconhecida e me levantei. No universo do meu sonho era pecado não atender o chamado imediatamente. Era pecado fazer qualquer outra coisa. Era pecado continuar deitado, continuar comendo. Qual a punição pelos pecados? NENHUMA. O pecado real não é (ou não era no sonho) uma imposição dos deuses como se aprende nas igrejas ocidentais. E o inferno não era o castigo. O Pecado é (ao menos era, no sonho) a decisão voluntária e consciente de "olhar" em uma direção sabendo que Deus está em outra. Manter-se em um ato sabendo que o encontro com ele é outra atividade. O inferno não é punição; não é ato de Deus; o inferno é (ou era no sonho) a ausência ou distância de Deus que nós mesmos criamos por mantermo-nos olhando outra direção, até quando a "outra direção" é o Céu (Deus não está lá). Eu me levantei porque Deus não estava em meu conforto. Eu guardei meu "lanche" porque Deus não estava na minha nutrição ou satisfação. Eu nem sequer mastiguei o pedaço que havia mordido; guardei-o na boca, pois mastigar era atraso e o único desejo que me movia era ir até Aquele que me chamava. Olhei para frente. Shiva segurava uma lança nas mãos e me olhava sorridente. Parecia satisfeito com meu simples "olhar de volta". Estávamos em extremidades opostas do mesmo grande pátio. Uma rede de vôlei cortava o pátio e nos separava. Eu o via através da rede. Sei que é superinterpretação dizer que esta rede simbolizava maya, o véu da ignorância que esconde Deus mesmo com ele sempre "ali do lado", mas me agrada pensar que o significado era este.

      Contornei a rede, andei até Ele e acordei.

P.S.: Já que no texto inicial havia indicação de música (outra), parece-me adequado aqui indicar Se eu quiser falar com Deus

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