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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

sábado, 17 de julho de 2021

Cheguei ao fundo do posso!

      Noutro dia escrevi sobre "não deixe o medo DE cegar" (leia aqui.). Recentemente fui presenteado com outro equívoco de digitação o qual, novamente, provocou desejo de explorar as variações de significação que a simples troca de uma ou duas letras pode causar.

      "Querer é poder" , diz o ditado. Mas não quero (não posso?) reduzir este artigo a um simples manual de auto ajuda. A auto ajuda máxima não está em livros, está em Lenine. Se o tema aqui fosse desejo e poder (Descartes atualizado? "Eu quero, eu existo; eu penso, eu posso; eu quero, eu posso") eu recomendaria adotar como mantra a canção "Do It". Mas o tema aqui não é este. Nosso tema é movimento. Cheguei!

      Cheguei ao fundo do posso, querendo ou não, podendo ou não. Poder não é fazer. Energia potencial não é energia cinética. Se não falo de cinética, como chego? Como faço? Como "Do It"?

      Preciso querer para chegar? Ou chego sem querer? Confuso? Inconcluso? Estratégia. Você era livre para não ler. E era livre para partir, quando a leitura começou a te aborrecer. Você chegou. Você ficou. Por quê?

      Este texto é sobre movimento e liberdade para se mover; é sobre poder e liberdade para não fazer. A grafia habitualmente usada, aquela de chegar ao fundo do poço, denota derrota, frustração, impotência (elementos que não desejo, nem neste texto, nem em vossas vidas). Basta apenas lembrar que o poço não é lugar para se visitar (não é feito para isso), logo, não é lugar feito para sair (idem), portanto, caricatura da ausência plena de liberdade e poder. Neste texto exploramos "posso" (poder) e liberdade.

      Quando cometi o equívoco "digitacional" (desculpe. Tenho pequena queda por neologismos) pretendia mesmo falar de poço, sendo poço ali a queda em uma situação que não me era comum (o poço não é feito para visitar) e, ainda assim, inevitável (o poço não é feito para sair). Felizmente o momento não era de dificuldades, e o poço era mera força de expressão. Tropecei e caí no "posso", com todo um oceano de novas possibilidades que aquilo colocava naquela situação e na vida. A música semiruim (não era Lenine) que eu estava ouvindo (meu poço era um estilo musical que eu não frequento mas que naquele momento estava aderido à minha mente. Sabe quando a música cola?) deixou de ser poço e converteu-se em posso. O que me impedia de ouví-la? e outra? e outra? Quantas vezes os poços, as ausências de saída, as inacessibilidades são auto geradas, auto impostas? Artifícios, nada mais.

      Se não poço, posso! E quando é ao fundo do posso que se chega, nada mais é urgente, não há escuro, frio, água, afogamento. O poder máximo do posso é que não precisa ser agora, nem precisa ser depois. Pode ser a qualquer momento. Eu posso escolher.

      No fim, eis que não discutimos poço, posso, chegada, movimento ou poder. No fim o que se pode ter é a paz da ausência do poço. Na frase faltava o poço, na vida faltava o posso, na canção não faltava nada.

      Se escreveu, remeta!

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