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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

#Verborragia: Absurdismo

Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Por favor Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz!).  A palavra de hoje é "Absurdismo".

Antes de mais nada convém driblar eventuais protestos contra o termo informando que nunca estabeleci qualquer regra contra neologismos: Adoro-os.

Dito isto, preciso registrar que a primeira coisa que o termo trouxe ao meu coração foi o "Reductio ad absurdum" ¹ . Veja: Em termos extremamente simplificados, a lógica formal (que saudade destas aulas) estuda a relação entre premissas e as conclusões que se derivam delas e, por meio de regras e critérios específicos, define se as conclusões são válidas ou inválidas. Note que a Verdade não é um elemento analisado pela lógica, pois um argumento pode ter proposições válidas logicamente e, ainda assim, não ser verdadeiro. Como exemplo podemos pegar a premissa "Todo homem voa" e, em seguida, a proposição "Marcelo é um homem" e disto derivar que "Marcelo Voa". Este é um argumento válido, do ponto de vista da lógica, independente de homens (Marcelo incluído) voarem de fato ou não. Dadas estas premissas (ora bolas. Premissas! risos)  a redução ao absurdo é um recurso da lógica formal que estabelece que, dada uma premissa qualquer, se for possível derivar dela alguma contradição (ou absurdo) fica imediatamente estabelecido que a premissa em si é inválida.

Por que estou falando de Lógica? Primeiro por saudade (eu já falei que estou com saudade das aulas de lógica?), segundo por gatilho. Minha experiência intelectual (e criativa) se move por gatilhos e o termo proposto para a verborragia e evocou o recurso que, por sua vez, evocou a lógica em si. Aqui convém lembrar-lhe que o termo proposto não era "absurdo", mas sim "absurdismo", a existência de uma suposta "filosofia" (ou "visão de mundo") absurdista.

Sabe? A redução ao absurdo tem lá seu valor nas análises lógicas dos textos acadêmicos mas me parece pouco útil na vida prática e, sobretudo, nas discussões e análises sobre a vida em si e seus significados. Parece-me que a vida despreza a (tosca) intelectualidade humana e, com isso, funciona sem se sujeitar aos nossos limitadíssimos recursos interpretativos, donde deriva que funciona muito bem (obrigado) em situações que nossa intelectualidade facilmente reduziria ao absurdo e, ainda assim, as premissas (condições de existência de toda a vida em si) se sustentam.

A suposta "filosofia absurdista", caso exista, parece incomodada com a procura geral por sentido na vida e se resigna, por redução ao absurdo, a declarar impossível o propósito e infrutífera a sua busca.

Ora! Segundo meu querido michaelis uma das definições de absurdo é "que é contrário à razão e ao bom senso; que não faz sentido; néscio. Ainda segundo o michaelis "Néscio" é o "que ou aquele que é falho de instrução, de conhecimento ou de inteligência; demente, estúpido, ignorante.

Parece-me, portanto, que o próprio absurdismo (a "filosofia absurdista"), caso exista, é por excelência absurda e, consequentemente, néscia. No mínimo "simplória, ingênua e tola" (outra definição do michaelis para "absurdo").

"Segundo a filosofia existencialista", nos diz o "mic", "falta de sentido para a existência do Universo e do ser humano" é mais uma definição de "absurdo". O que me parece é que ocorre uma confusão entre análises honestas sobre a existência em geral e da vida humana especificamente e pretensões semi-metafísicas dos proponentes do "absurdismo". No fim não passam de ressentidos com Deus (qualquer deus; todos os deuses) e, não tendo-o(s) encontrado, declaram que a vida e a existênciin

a não tem propósito.

Meu amigo! O Universo está em um complicadíssimo processo de expansão e criação por meio do qual construiu, cuidadosamente, ABSURDAMENTE, fragmentos de si mesmo capazes de olhar para o todo e questioná-lo (nós!) e você pretende dizer que tudo é um absurdo porque não há propósito?!?!?!

O propósito é justamente esta busca! As perguntas! As procuras! Há propósito no universo?! A própria busca do propósito é um propósito em si! BUSQUEMOS!

Notas:

1. Não. Eu não sei latim. Eu lembrei da "redução ao absurdo" e fui pesquisar o termo exato.

2. Obs: Pode fazer sentido ler "Há Motivo no Universo?". Ou não!

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