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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

#Verborragia: Esperar

Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Por favor Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz!).  A palavra de hoje é "Esperar".

Antes de seguir preciso registrar que esta escolha/sugestão/indicação constituiu-se um dilema em particular: Me foi facultado escolher se seria um Conto ou uma Reflexão; ocorre que eu já tenho uma reflexão publicada a respeito da "Espera" e -não me parecendo justo emitir um simples "já tenho! Leia Há Paz em Esperar !"- inclinava-me à produção do Conto; por outro lado o conto poderia ser uma coisa sensível, evocando involuntariamente percepções e sentimentos que poderiam causar alguma dor (os tais gatilhos de que tanto se fala por aí); dado este cenário, depois de muita reflexão, decidi no "cara ou coroa"; Deu coroa, uma reflexão; Que Shiva me ajude!

Ocorreu-me no instante que olhava a tela, logo após escrever "..ajude", perdido sem saber por onde seguir, que a capacidade de esperar é um indicativo de consciência. Basta pensar em nossos próprios comportamentos nas épocas de maior juventude, avaliar as crianças às quais temos acesso no dia a dia ou mesmo examinar os atos de algum animal e perceberemos que quanto mais distante de determinado nível de consciência mais imediatistas se tornam os comportamentos: Eu quero, E QUERO AGORA!

Esperar, o que quer que seja, Dói! Ninguém quer esperar! Não se iluda: nem mesmo quem é capaz de esperar quer esperar. A espera não é uma situação desejada; ela é - no máximo- tolerada.

O que estamos esperando? O emprego? O dia do pagamento? A sexta-feira (por muito tempo minha via era sonhar com a sexta e sofrer o domingo)? O amor correspondido (seja a chegada, pois não o conheço, seja o retorno, pois o perdi)?

Eu quero a mega-sena, não por ela, mas pelo que ela pode me dar: o fim das esperas, pois depois dela se quero, compro, vou, como, etc. O fim de todas as esperas -pela mega-sena ou por qualquer outro subterfúgio que calcularem- é uma ilusão. Desde que decidiu-se criar um Universo com tempo a Espera se tornou inerente e a capacidade de vivenciá-la virou exercício intelectual e/ou espiritual (escolha a via que te convêm).

O que eu espero? Por que espero? Por que não desisto? Vale a pena esperar? Por quê?

A criança quer agora e, caso não tenha, chora; o animal deseja agora e caça; o cachorro pode ser adestrado a observar o petisco sem apanhá-lo até receber a permissão; adestramo-nos por vias semelhantes; mas por quê? Para quê? Não seria melhor, como na infância ou na animalidade, ir e pegar? Ou, se inatingível, desistir?

Pegar imediatamente e desistir imediatamente são duas faces da mesma moeda mas este tipo de jogo não me agrada (ora bolas, temos um hipócrita aqui! Quem não é?)!

Se o tempo foi inserido na existência deve ser respeitado; se nos foi facultada a consciência temos que reverenciar a espera, a manifestação do poder do tempo em nossas vidas. É falso dizer que o tempo cura tudo. Somos nós que nos curamos, enquanto navegamos nos mistérios do tempo.

Devo pegar? Devo desistir? Este texto não é uma apologia ao "espere!"; antes de mais nada, compreenda: Os cenários, os motivos, as particularidades, as idiossincrasias, as necessidades dos outros, as nossas, as causas, os efeitos, as responsabilidades, as motivações. Estar consciente é premissa para uma melhor realização do ato da espera e estar consciente é manter-se, tanto quanto possível, observando e compreendendo os elementos aqui enumerados e tantos outros que existem: as variáveis tendem ao infinito.

Esperar dói? DÓI! Sem dúvida! Tanto quanto a vacina, o exercício, a troca do curativo, etc., mas também é inerente ao ser/estar consciente que determinadas dores são necessárias, sendo infantil ou animalesco a fuga da dor e a busca indiscriminada do conforto.

Nossa jornada não é confortável! Não foi feita para ser! Espere! Ou não; você decide! Sobretudo Compreenda!

Escrito ao som de The Pioneers - M83 Remix

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