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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quinta-feira, 2 de junho de 2022

#Verborragia: Trancar

 Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Por favor Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz!). A palavra de hoje é "Trancar". Trancar o que, parceiro? O portão? O carro? A matrícula? Bora lá ver.

Preciso registrar que embora este texto não tenha pretensões românticas , acaba de tocar (e minha playlist está sempre no random) "Nós", de Anavitória, e em certa altura se diz "to te esperando entrar, não precisa bater, que eu esqueci de me trancar".

Nossa sociedade utiliza "abrir" e "fechar" com enorme frequência e quase Infinitas aplicações. Abrimos a porta, fechamos negócio, abrimos exceção, fechamos a cara, abrimos a mente, fechamos a conta, etc. Nessa infinidade de aberturas e fechamentos nós, eventualmente, trancamos coisas. É um passo adicional ao fechar, pois procuramos criar meios de impedir a abertura; procura-se, temporariamente ou definitivamente, impossibilitar o ciclo.

O que trancamos? Por que trancamos?

Na maior parte do tempo é por Medo: trancamos a porta por medo de invasão, a gaveta por medo de furto, o coração por medo da mágoa, a matrícula por medo do Serasa, etc.

É um erro trancar?

A vida é um fim em si: existe para garantir a própria existência; se mantém ao redor do empenho pela própria manutenção. Neste cenário o medo é estratégia evolutiva de sobrevivência e o "trancar" uma ferramenta adicional para as espécies capazes de "conjugar" (claro que no ato, não na frase) este verbo. Os humanos, conforme já discutimos algumas vezes, tem capacidade adicional de conter e contornar o medo, explorando campos e atos impossíveis de adentrar ou realizar se estivéssemos abraçados aos instintos e ao medo. Apesar da capacidade de controlá-lo, o medo não foi expurgado (ainda precisamos dele. Existir não é absolutamente seguro, seja fisicamente, financeiramente ou emocionalmente), assim, cabe a nós o exercício  (constantemente necessário, mas não constantemente realizado) de avaliar os riscos, definir os níveis adequados de medo e, finalmente, trancar ou destrancar de forma consciente.

Se nos trancamos em tudo eliminamos quase todos os riscos, produzindo alguma segurança, mas também eliminamos todas as outras possibilidades: alegria, risadas, sucesso, afetividade, etc. Com riscos bem avaliados e controlados e o medo devidamente contido conseguirmos destrancar mais, ao mesmo tempo em que nos expomos menos aos riscos (pois foram calculados e talvez existam até estratégias de ações para o caso de problema).

É importante lembrar que "Risco" não define um problema que já aconteceu, mas sim uma possibilidade; pode nunca acontecer; se/quando devidamente avaliado fica ainda mais difícil de se concretizar.

Se transformamos o processo de avaliação de riscos em uma operação constante nos sentimos cada vez mais seguros em nossos atos, logo, trancamos cada vez menos.

A segurança é garantida? Não! O jogo é esse!

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