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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

#Verborragia: Verdade

A palavra de hoje é #Verdade. Este tema é sempre complexo e polêmico, pois cada pessoa é um Universo e cada Universo tem infinitas verdades.

Tenho uma lembrança distante de já ter escrito sobre isso, mas preferi não procurar, para não me influenciar. Caso já exista algo colocarei o link no final.

Hoje não quero explorar a Verdade em si (acho que estou recebendo flash's do estudo anterior), com "V" maiúsculo; aquela verdade fundamental que é (ou deveria ser) o princípio e o fim de tudo. Quero adentrar nas veredas das verdades que não estão nos templos nem nas academias e, por isso mesmo, as verdades mais reais possíveis: as verdades individuais.

Todas as verdades são tão reais quanto você e eu somos reais; aqui cabe alertar que "ser real" não implica em "ser verdadeiro". Quando um mágico realiza seu número, todos sabem que é uma ilusão, MAS o truque é sempre real; não é um sonho ou um holograma. Todo o Universo subjetivo é real, seja ele verdadeiro ou falso, valoroso ou torpe, portanto, é leviano considerar as verdades pessoais como irrelevantes, partindo em busca apenas das grandes verdades e/ou daquela com "V" maiúsculo.

Não serem necessariamente verdadeiras não as torna obrigatoriamente falsas; não são intrinsecamente mentiras. Não sejamos tolos: há quem minta (eventualmente ou compulsivamente), mas também há quem apenas esteja equivocado.

Uma pessoa que te apresente uma ou várias verdades sabidamente incorretas não está necessariamente mentindo. Pode estar apenas equivocada. Para ela, naquele momento e no conjunto de referências que possui, aquilo é verdadeiro. É pelas interações humanas que estas rebarbas vão sendo progressivamente aparadas e o volume de equívocos vai se reduzindo, num processo (desesperadoramente) lento de tender à verdades verdadeiras. Dois passos para frente, um para trás (as vezes um para frente e dois para trás; o caminho para as verdades é traçado por uma humanidade bêbada). As verdades voluntariamente falsas não serão tratadas aqui; haverá texto para isso. As verdades nascidas do equívoco é que nos interessam agora.

Eu fui ateu. Não se assuste; não vou tentar minar seu sistema de crenças ou forçar-lhe o meu; quero apenas estudar quem eu era naquele momento; analisar as relações das verdades.

Naquele momento minha maior verdade era muito simples: "Deus não existe!".

Eu vinha de um passado cristão muito intenso e ativo, logo, meu círculo de amigos era composto por pessoas plenas da verdade oposta: "É óbvio que Deus existe! Tá doido?" (Observação : "Tá doido?" ainda era uma hipótese; verdade germinal)

Quando eu era abordado eu ouvia tranquilamente e abraçava (em mente; não em gesto) a outra pessoa, mesmo que não absorvesse sua verdade, pois mesmo que minha crença fosse outra, a pessoa não estava mentindo (percebe?). Ela estava, sincera e amorosamente, compartilhando comigo sua verdade mais íntima e profunda. Um gesto de amor, carinho e preocupação legítimos, independente da veracidade ou não daquilo que transmitiam (e tal veracidade não está em discussão aqui). Quando aprenderemos a acolher o outro, em detrimento dos conflitos com nossas verdades?

Não se iluda! O relato acima não demonstra que eu aprendi. Em nome de minhas "verdades" eu já fui muito cruel com muita gente e mesmo aqui, depois de ter exposto o que expus, nada impede que eu repita minha estupidez no momento seguinte.

É importante observar que seu eventual empenho em "não forçar verdades" não é uma fórmula mágica que atribuirá a mesma postura aos seus adjacentes, portanto, continuarás sendo assediado pelas verdades alheias. Compreenda! Acolha! Tolere! Dialogue!

Também importa notar que a tolerância não pode ser cega! Vivemos uma época perigosa e há "verdades" extremamente nocivas para indivíduos, grupos e a sociedade como um todo. Nesse caso, Lute! Mas não despreze o diálogo (Leia Megafone ).

As verdades nos libertarão!

Notas:

Escrita iniciada sob efeito de A Primeira Semana e concluída com Paciência .

Leia também Reinaugurando o Intelecto  e A Evolução das Verdades

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