Cabeçalho

Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

#Verborragia: Fogo (2/3)

Em sequência ao nosso último diálogo passemos a refletir sobre o #Fogo em perspectiva emocional e comportamental .

A inferência "fogo no rabo" (e variações) é utilizada (geralmente em tom de censura) para descrever uma pessoa com intenções e atitudes libidinosas; um terceiro, demonstre interesse em uma pessoa em particular, demonstre interesse (e disponibilidade) para qualquer oportunidade mais evidente de envolvimento, será declarado (a) "com fogo". O envolvimento sexual (ou sua intenção), acompanhando ou não de envolvimento afetivo, é figurativamente associado ao fogo, justamente pela intensidade e facilidade com a qual este consome algum combustível colocado ao seu alcance. E desejo sexual é intuitivamente e tradicionalmente associado à combustão e, assim como essa, consome seu combustível e se instigue com a mesma facilidade que começou. Nos dois casos introduza mais combustível (e a faísca ( e terá a chama novamente. O fogo, neste sentido (e em detrimento de todo mal que a moralidade e o puritanismo lhe imprimiram) é natural de nossa espécie e não deveria ser tal comumente tratado como falha ou fraqueza do indivíduo no qual é notado. Se produzido e alimentado entre parceiros em situação que não provoque mal a nenhum deles ou a terceiros deveria ser respeitado como você respeita meu gosto pela escrita e eu respeito o apego ao futebol em terceiros.  Coisa natural e inerente. Mas por que falei provocar o mal? Ora, o mal mais óbvio é aquele oriundo de violência, quando a satisfação do impulso não é compartilhada; quando não é consensual. Este fogo é execrável justamente por constituir violência imperdoável. Outro mal, menor que o primeiro mas também com alguma gravidade é quando ocorre contra a confiança de um terceiro:. A chamada traição. Não me interprete mal, não vou fazer sermão contra os relacionamentos abertos que se instalam por aí; não vou vomitar regras de como devem ser os relacionamentos; o que me interessa é que a felicidade ou a satisfação de um não se construa sobre a mágoa e frustração do outro; que as aberturas e encontros adicionais ocorram com ciência e concordância dos envolvidos. Me parece o mínimo. Um alerta importante aqui é que a decisão intelectual de se abrir a esta experiência pode não ser necessariamente assimilada pelo coração e uma pessoa que, a princípio, aceitou o processo pode acabar igualmente magoada; convém manter sempre o diálogo e realizar ajustes de percurso.

O Fogo não é empregado apenas para descrever apenas o apetite sexual, mas também uma figura para aquela intensidade de sentimentos de um início de relacionamento; não à toa conforme a paixão se dilui no tempo e na rotina se costuma dizer que "o fogo esfriou". Aqui, novamente, cabe evocar a maturidade dos envolvidos (note que não empreguei "casal" ou "dupla", pois não vou impor que o relacionamento precisa ser limitado a dois; eu, particularmente, prefiro ter apenas uma parceira, mas sei que isso não é -nem deve ser- uma regra). A chama, agora como medida de envolvimento e reciprocidade, precisa ser ativamente e conscientemente administrada e alimentada pelos envolvidos, assim como se administra uma fogueira dosando o combustível e inserindo-o de forma inteligente para otimizar o processo e prolongar sua duração. O incêndio inicial sempre passa; a fogueira em si, não necessariamente.

Finalmente, empregamos o termo fogo para ilustrar o entusiasmo de alguém em algum ato, sonho e/ou empreendimento. É o chamado "brilho" nos olhos. Assim como no exemplo do relacionamento, cabe ao sujeito possuir (ou desenvolver) voluntariamente métodos para manter em si tanto entusiasmo quanto possível para sustentar a atividade o tempo necessário para que a empreitada seja concluída. Novamente, rogo para que me interprete mal: há momentos nos quais realmente cabe a desistência ou o recuo; não estou pregando uma insistência cega; mas que estes ocorram por ponderação e com razões plausíveis; que não se desista por desistir. Eventualmente as circunstâncias da vida nos impedem certos feitos em determinadas épocas de nossa caminhada neste mundo; é possível, porém, guardar e proteger a centelha para, oportunamente, reinserir o combustível e torna-la realidade. Nunca é tarde demais para um sonho, salvo em caso de óbito. Enquanto houver vida o fogo pode ser administrado e re-acendido. A própria Verborragia é um exemplo disto, estratégia que criei para me manter escrevendo. Qual vai ser a sua Verborragia? Onde está a sua Chama?

Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz! )

Para ler a terceira parte clique aqui!

Nenhum comentário:

Postar um comentário