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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

#Verborragia: Fogo (3/3)

A última parte desta "trilogia" é a mais complicada de todas, já que se propõe tratar do fogo em perspectiva "físico-química" e eu sou de humanas (se perdeu os textos anteriores retorne para "Fogo [1/3]) . Estou "enrolando" para iniciar esta parte do texto há duas semanas. Acendi meu cachimbo para ver se a fumaça e a brasa do tabaco me inspiravam. Conto com a caridade de eventuais acadêmicos que por ventura passem por aqui: emitam suas ressalvas ao conteúdo sem (se possível) xingar o autor.

O processo de combustão sempre me pareceu uma coisa muito curiosa, posto que consigo compreender as interações químicas entre combustível e comburente e os resultados destas interações (calor, dióxido de carbono [monóxido, dependendo das circunstâncias da queima) e outras substâncias, conforme varia o combustível) mas não compreendo completamente a natureza da chama; curioso também pensar que existem outras reações envolvendo oxigênio (oxidação) mas não geram calor ou chama; Acho interessante a redundância (aqui em sentido de repetição; auto alimentação; você vai entender) do processo de queima: veja, a simples presença e contato de combustível e comburente não bastam (geralmente) para causar o #Fogo, é preciso calor; calor na intensidade correta, mesmo que em uma área ínfima (pense nos incêndios iniciados por uma simples faísca) basta para iniciar um processo que produz mais calor e, com isso, repete ciclicamente a queima do combustível adjacente; curioso, ainda, que conforme a natureza de cada combustível seja necessária exposição ao calor em um período maior ou menor de tempo; no álcool, por exemplo, o "toque" de uma outra chama inicia novo fogo imediatamente.

Há ainda uma combustão mais lenta, um "queimar devagar"; aquela que ocorre nos combustíveis que possibilitam brasa e esta vai, em substituição à chama, consumindo progressivamente combustível e comburente até o encerramento de um destes.

A água é ainda mais curiosa, pois é a conexão do comburente oxigênio e um combustível muito potente, o hidrogênio, em um equilíbrio químico tão perfeito que a torna impossível de queimar.

Para além da brasa há uma queima ainda mais curiosa, profunda, sutil e lenta: A Vida (ao menos dos seres aeróbios). Esta forma extremamente lenta de combustão, desenvolvendo os mais diversos mecanismos de busca ativa de combustível e comburente (algumas formas até criam o comburente internamente) para queimar lentamente enquanto caminham (as espécies que podem) por este mundo. No lugar da faísca inicial, gametas ou divisão celular, antecedidos por processos cada vez mais complexos de transmissão (troca de pólen, dança de acasalamento, flerte na internet, etc.) para gerar (acidentalmente ou não) novos focos de #Fogo até que o mundo inteiro esteja incendiado.

Este Fogo peculiar (salvo um exemplar defeituoso que será analisado a seguir) se desenvolveu em um equilíbrio único por meio do qual não aniquila as reservas combustíveis do planeta mas sim, pelo contrário, as reabastece em um processo cíclico indefinido.

Como nem tudo são fogos, ops, nem tudo são flores, o desenvolvimento "dos mais diversos mecanismos" levou a um personagem peculiar, supostamente o mais desenvolvido, dotado da devastadora capacidade de minar o equilíbrio ancestral: O Homem. Esta espécie, a única capaz de produzir fogo, queima as adjacências literalmente e figurativamente, desencadeando um desequilíbrio capaz de colocar toda a existência, incluindo a dele, no limiar do fim dos combustíveis indispensáveis à manutenção da vida em geral. Paradoxalmente, esta espécie carrega a centelha da capacidade de transcender seus próprios desequilíbrios, sua estupidez, seu primitivismo, iniciando um processo abrasador de emancipação intelectual (quiçá espiritual) para se recolocar no equilíbrio ancestral e assumir sua posição de guardiã do mesmo. Não, não! Não estou pressupondo uma missão especial dada pelos deuses para guardar o mundo, estou apenas convocando ao amadurecimento e, com ele, a assunção das responsabilidades que o acompanham. Que cada um de nós seja a faísca de lucidez a incendiar o próximo, numa reação em cadeia que queime, renove e ilumine todo o espírito humano. O mundo precisa desta Chama.

Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz!) 

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