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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

sábado, 23 de setembro de 2023

#Verborragia: Resiliência (2)

 Penso que se eu escrevesse um texto a partir de uma palavra sem saber ou lembrar que já o havia feito conseguiria seguir com mais desenvoltura. Provavelmente repetiria ideias mas, ignorando a repetição, as julgaria inéditas e seguiria a vida. O problema é que já escrevi sobre #Resiliência¹ e lembro bem o que escrevi. Como seguir caminho distinto? Como produzir algo inédito? Rejeitar a palavra eu não posso.

Resilientemente,  vou suportar as tensões (autoinfligidas) de não desejar/aceitar repetições e procurarei conferir elasticidade suficiente ao texto, à mente e à inspiração para obter algo coerente. Aí está: Apeguemo-nos à elasticidade.

Veja! algo demasiadamente rígido não pode, por definição, ser resiliente. O elemento rígido, ao sofrer a tensão externa tende a suportá-la até o limite de força do material que o constitui e, então, se rompe. A resiliência é, por definição, própria de materiais elásticos, por outro lado, não é inerente à elasticidade.

A massa de modelar, por exemplo, é plenamente elástica, porém, não resiliente, pois se sujeita sem resistência à tensão externa, mas é completamente incapaz de retornar à forma original sozinha. É preciso nova tensão, sempre externa, na medida e nos pontos corretos, para devolvê-la à forma inicial.

É preciso ter elasticidade e, ainda, alguma força interna, algo inerente à sua constituição, que lhe torne capaz de retornar à sua forma ou situação original quando a tensão externa termina. É como a espuma do seu colchão: Você a deforma com o peso do seu corpo, mas ela recupera o formato original quando você se levanta (não esqueça de fazer as rotações periódicas recomendadas pelos fabricantes de colchões, do contrário, dormirás numa concavidade nada confortável).

"Força interna", seja pelas características da substância que compõe o objeto analisado, seja pelas inclinações e valores do indivíduo que está lendo este texto, parece ser um ponto primordial de análise, conectado ao conceito prévio de elasticidade.

O espírito humano é uma bagunça ² e existem forças puxando para todos os lados, ainda que você alimente a ilusão de que você é um só e está convicto do que deseja. Convicto ou não, a "força interna" requerida para superar as tensões externas sem se deixar moldar definitivamente por elas é rara e acessada por poucos.

Via de regra deixamo-nos moldar pela sociedade, a família, as relações, os empregos³, com toda a elasticidade possível, como "massa de modelar", mas completamente desprovidos de força interna para recuperar nossa essência. Via de regra, falta-nos até a rigidez do início deste texto, oposta à #Resiliência, para não nos deixarmos moldar pelas tensões externas. Alguma rigidez, se não nos destroçasse, seria evidência da presença da força interna para não nos tornarmos excessivamente (e irrecuperavelmente) maleáveis.

Sigamos, portanto, pela via da obtenção/criação/descoberta da força interna necessária para atribuir alguma resiliência à nossa elasticidade.  Força com consciência, do contrário, aplicaremos desproporcionalmente, tornando-nos demasiadamente rígidos, logo, inclinados à ruptura.

Como obter/criar/descobrir?

Respire! É uma ótima forma de não morrer por asfixia (literalmente e figurativamente). Os passos seguintes são com você, pois a estrutura interna de cada pessoa é única, portanto, você precisará caminhar por locais e cômodos cujo mapa não me é facultado possuir. Respire!

Conheça-se! Se você não se conhece não existe razão para a resiliência. Voltar a quê? Para quê? Por quê? Qualquer forma serve. Conheça-se!

ERRE! Adoro esta palavra. Serve tanto para que você se permita o equivoco (e está tudo bem) quanto para que você caminhe (seja errante!). ERRE!

É isso. Resilientemente, sigamos!

Notas:

1. Leia Resiliência 

2. Leia Meias (3) 

3. Leia A Falácia do Consumo 


Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz! l  )

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