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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

#Verborragia: Serendipidade (2)

 A palavra de hoje não é de hoje. Foi sorteada para a última sexta (18/08/2023), portanto, destinava-se a ser (e tornou-se) um conto. Por outro lado, atrasei-me na composição, ora por procrastinação, ora porque o texto insistia em seguir (não era bloqueio criativo. Eu não era impedido de escrever. Apenas não chegava ao termo). Terminei hoje (estou escrevendo em 22/08), portanto, decidi reter a publicação para a próxima sexta. 

Por outro lado, avizinhando-se a quarta (e, com ela, a necessidade de uma reflexão), decidi não sortear outra palavra, aproveitando a que já tinha. Ocorre que a própria composição do conto converteu-se em uma experiência de serendipidade para mim. Para quem não sabe (e em uma explicação muito tosca), serendipidade consistente no encontro acidental de algo muito importante ou valioso enquanto se procurava outra coisa (ou nada). 

Assim que tive contato com a palavra tracei um destino para o conto, esse destino pode ser definido como aquilo que eu buscava. O conto, por sua vez, riu de mim e seguiu para onde desejava (a coisa encontrada sem ser buscada).

Ainda que o conto lhe pareça fraco, curto ou mal encerrado (gostei mais do meio que do fim), sua produção e totalidade me causaram grande satisfação pessoal. Foi um daqueles poucos textos dos quais me orgulho e fico ansioso pela publicação, ansiedade que vou cultivar amorosamente para praticar a paciência até sexta.

Geralmente escrevo no metrô. Quando se aproxima o momento de baldeação ou minha estação final, salvo o que produzi até ali e encerro até a próxima viagem. Mergulho no trabalho. Para este texto cada interrupção era acompanhado da agonia de pausar a leitura de um livro um fim de episódio destas séries que não dão lançadas de uma vez. Eu vivia a ansiedade e curiosidade de desejar saber o que aconteceria a seguir (veja bem. A experiência foi minha. O carinho pela história foi meu. Não crie expectativas. A sexta-feira pode te decepcionar).

O que desejo explorar aqui é o seguinte: a serendipidade acontece o tempo todo em nossas vidas, mas passamos tanto tempo fantasiando coisas imensas, magníficas, heroicas (aquilo que se buscava), que acabamos desprezando ou subvalorizando a coisa encontrada sem ser buscada.

Uma menina sonha com um príncipe enquanto dribla o sujeito gentil ¹, o rapaz almeja o emprego de salário milionário enquanto ignora a oferta de vaga que abriria sua carreira ², o (pseudo)filósofo procura Deus (leia Eu nunca sonhei com Deus).

Uma vez, pensando sobre o amor (aqui não vai ter "leia x". Essa publicação segue pendente), registrei "A ficção e o romantismo nos condicionaram a esperar que o #Amor seja um incêndio, uma fúria, uma coisa avassaladora, quase dor.

Talvez Ele seja tão suave, puro, meigo; talvez seja tão terno que se/quando nos ocorre, coisa rara, sequer o consigamos reconhecer. Ele é um abraço". Dá para reproduzir a frase acima substituindo"amor" por toda uma variedade de sonhos nossos, aquilo que se buscava, e o abraço pelas infinitas "a coisa encontrada sem ser buscada" que deixamos de lado.

É possível passar uma vida inteira tropeçando em serendipidades sem notá-las. Não faça isso.


Notas:

1. Leia Pertencer 

2.  Leia O Espírito da Empresa 

3. Leia Eu nunca sonhei com Deus 

Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz! )

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