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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Relacionamentos Interpessoais

 Este texto é especial, pois trata-se de solicitação do meu filho. Os seres humanos são demasiadamente complexos ¹ em sua individualidade. Cada um é único, por mais que nos reconheçamos como da mesma espécie, assim, quando inseridos no ambiente social, na necessidade de interação com outros, essa complexidade se amplia exponencialmente.

Como é difícil entender o outro! O processo de diálogo, seja uma profunda conversa filosófica de bar, seja um mero organizar do posicionamento em uma fila, passa por uma sequência de ajustes de significados, verdadeiras traduções subjetivas que comprometem o pleno entendimento, mesmo que o diálogo ocorra entre indivíduos que falam o mesmo idioma, nativamente. Ocorre que a língua é precária, insuficiente para transmitir todo o universo de nuances subjetivas de cada indivíduo. Não bastasse isso, um imenso problema por si só, há grande má vontade da maioria das partes em explorar e compreender os significados empregados pelo outro. Despreza-se o que o outro quis dizer, abraçando-se o que "eu quis entender". Via de regra repetimos por aí que "tudo se resolve com diálogo", mas pouco se fala sobre a qualidade do diálogo. Se/quando o diálogo é iniciado com o objetivo de convencer o outro, não de obter entendimento mútuo, o diálogo já começa fadado ao fracasso. É assim em namoros, relações profissionais e aquisição de carne no açougue.

Se/quando, há desejo e esforço legítimos pela compreensão do outro, seus valores, desejos, inquietações, etc., então o diálogo torna-se tão fluido que, não raro, dispensa verbalização. As pessoas se entendem no olhar. Concentremo-nos, portanto, no esforço por travar diálogos verdadeiramente voltados à busca pela compreensão de quem é a pessoa à nossa frente.

Outro ponto relevante, satélite à situação acima, é a idade. Diferença de idade não confere superioridade hierárquica, tampouco maior perícia interpretativa. A pessoa mais velha, amigo, pai, professor, gestor, não é, necessariamente, a pessoa mais habilidosa no processo de conversação, assim como ser jovem não o torna automaticamente imperito. Isso torna os diálogos entre pessoas com diferença de idade potencialmente mais infrutíferos que os demais, pois o elemento de maior idade inicia com a prerrogativa de estar com a razão, tomando os argumentos do jovem como inválidos sem qualquer ponderação a respeito. Não escuta. Os sons dão toda a impressão de diálogo, mas não passa de um monólogo. Novamente, concentremo-nos no esforço por travar diálogos verdadeiramente voltados à busca pela compreensão de quem é a pessoa à nossa frente.

Falta diálogo. Mais que isso, falta saber dialogar. Ouvir, perguntar se algo não ficou claro, ouvir de novo, calar ², ter menos pressa para a réplica. É possível. Requer esforço e atenção, mas é possível. Concentremo-nos no esforço por travar diálogos verdadeiramente voltados à busca pela compreensão de quem é a pessoa à nossa frente.

Notas:

1. Leia Meias (3) 

2. Leia Silêncio 

Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz!)

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