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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quarta-feira, 1 de março de 2023

#Verborragia: Tarde

A palavra de hoje, curiosamente iniciada mais cedo que o normal, é #Tarde. Eu não faço ideia de onde ir com ela, ainda assim me agrada que tenha sido selecionada.

Em oposição a ela (provavelmente pelo gatilho mnemônico contido na inferência de abertura), fixou-se em minha mente a voz do Renato Russo relatando que "dizia, ainda é cedo, cedo, cedo, cedo, cedo...". A canção trata, parece-me, de momentos; Sabe quando, em determinada situação (não necessariamente romântica), perdemos (voluntariamente ou não) uma oportunidade e dizemos a nós mesmos (ou a um amigo) "não era o momento"? Na canção o casal estava junto mas cada qual estava em um momento subjetivo distinto, levando, invariavelmente, à ruptura. Está implícito no refrão um doído "agora é tarde".

Este texto não é destinado à análise musical, mas tornou-se pertinente falar de momentos. Não leia momento como "curto período de tempo" (ex: "durou apenas um momento e o momento passou") mas sim como aquele complexo emaranhado de situações internas e externas que te fazem inclinado a este ou aquele comportamento conforme cada época da sua vida (ex: "esse não é um bom momento").

Imaturidade, preguiça, longa distância, trabalho cansativo e até mesmo a minha religião na época foram fatores que me levaram a ignorar ter passado na primeira fase na Fuvest (não compareci à segunda) e me matricular de uma vez em outra universidade, mais próxima de casa e para a qual eu já havia passado; talvez não fosse o momento.

A vida é repleta de pontos de interseção nos quais escolhas muito sérias são feitas e quase nunca o são por versões plenamente conscientes de nós mesmos; nossas escolhas são feitas por quem somos naquele momento, ou melhor, por quem aquele momento nos faz ser; não seria incorreto dizer que não fomos nós a escolher, mas sim o momento. Feita a escolha, agora é #Tarde.

Ou não!

Tornando-nos conscientes do impacto do cenário (externo e interno) em nossos gostos, inclinações e -consequentemente- escolhas, podemos realizar dar passos mais coerentes e benéficos de agora em diante. Eu sei, não é tão simples e a mera leitura (ou criação) deste texto não nos converte imediatamente em seres conscientes. O trabalho é árduo e demorado, repleto de erros, quedas, desvios, atrasos e retornos ao começo. Tamanho esforço não é nada atraente, admito; por outro lado, se uma única escolha na vida tiver ocorrido por uma versão levemente mais consciente de você, em vez de sucessivos acidentes, já não terá sido um evento memorável? Não é #Tarde!

Assistimos nossa existência sujeitando-nos a toda sorte de eventos, sofrendo-os involuntariamente para depois lamentar "por que não fiz diferente?". Não é #Tarde!

Mesmo para escolhas já realizadas e desastres já estruturados é possível, eventualmente, por meio do ajuste das escolhas atuais, produzir alterações de curso para minimizar os danos ou até mesmo levá-los a zero. Um pequeno atraso, mas não é #Tarde.

Todo auto convencimento de "É #Tarde demais" não passa de mais uma leviana auto sujeição às imposições do momento, reforçando nosso papel de espectadores passivos de nossa obscura existência. Fazemos ser tarde demais cada vez que repetimos a inferência; nós realizamos o cenário a cada vez que o reforçamos pela inferência; Não! Não é tarde demais!

Nunca é tarde! Sempre novas escolhas são possíveis, novos caminhos estão à frente e a direção a tomar pode passar a ser escolha sua. Tente! Ouse!

Não é tarde demais!

Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz!)

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