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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

#Verborragia: Labirinto II

A palavra de hoje já havia sido sugerida em 2023¹, mas não vou rejeitar sua repetição. Quase um ano nos separa daquele incidente, portanto, o produtor da reflexão não é a mesma pessoal, tampouco obteremos o mesmo resultado.

A vida, desde então tornou-se um emaranhado de reviravoltas, incertezas, certezas, acertos e erros. Se fosse possível converter nossa história, seja a de uma vida inteira, seja aquela que vivemos nos últimos 11 meses, em uma representação gráfica, o resultado não seria uma linha reta, mas sim um emaranhado de idas, voltas, becos sem saída e bifurcações. Quando repensamos nosso passado, parece ser um tiro de flecha; uma linha perfeita entre o momento A e o momento B; isso é um recurso mental para organizar a leitura, mas não é assim que o passado passou.

Na festa de 20/12/2023  eu vi, pela antepenúltima vez, a musa inspiradora de um texto que nunca publicarei; é demasiadamente íntimo (e pateticamente constrangedor) para ser tirado de meu acervo pessoal; chama-se "A moça da janela". Trata-se de alguém com quem vivi um processo de conquista unilateral (só ela estava me conquistando [sem qualquer intenção de fazê-lo]) que saiu abruptamente de minha vida sem qualquer motivo de retorno². Lembre-se: Nosso tema é #Labirinto. Quais escolhas, atos, passos, quantas bifurcações eu deveria ter ido para um lado, quando fui para outro, teriam deixado o desfecho desta história diferente? Viver é caminhar em um Labirinto.

Pouco antes disso comprei uma moto; desde então eu caí duas vezes, em dias de chuva branda, sem qualquer tempestade que anunciasse o risco. Escoriações na moto, registre-se; corpo preservado. Na primeira queda eu precisava resolver algo na casa da "moça da janela", compromisso desmarcado por ela na última hora; cinco minutos que eu saio do trabalho mais cedo, ou mais tarde, ou o não cancelamento do compromisso com ela, e eu não teria caído. Viver é caminhar em um Labirinto.

A primeira queda me deixou assustado. Em dias de chuva eu ando devagar e muito longe da moto ou carro da frente. A reunião desses dois padrões me deixou ileso na segunda queda. Se tudo tivesse dado certo no dia do parágrafo acima, eu estaria demasiadamente confiante no dia da segunda queda? Teria me machucado gravemente? Viver é caminhar em um Labirinto.

A primeira queda foi à noite. Fui de moto pra casa; a segunda queda foi pela manhã; me atrasei, mas fui trabalhar. O ponto é: "Caí, levantei e retornei à moto!". Se eu tivesse me acovardado de cara, teria conseguido retomar depois? Viver é caminhar em um Labirinto.

Há alguns meses ocorreu um processo seletivo em meu trabalho para uma posição acima da minha; por motivos que não explorarei aqui, não me inscrevi. O processo deu na água (nenhum contratado); fizeram novo processo recentemente, me inscrevi e na terça feira foi publicada minha aprovação. Se eu não tivesse me inscrito, jamais saberia da minha elegibilidade; mas e se eu tivesse me inscrito no primeiro, o que teria acontecido? Teria sido aprovado desde então, ou teria dado n'água de qualquer jeito? se assim fosse, eu teria insistido nesse novo processo, ou desistiria? Viver é caminhar em um Labirinto.

Quais escolhas, atos, passos, quantas bifurcações eu deveria ter ido para um lado, quando fui para outro, teriam levado todos os eventos acima, e tantos outros que não narrei, a resultados distintos? Teriam mesmo sido melhores? A sucessão dos eventos, tal qual efetivamente ocorreu, é o melhor dos mundos possíveis?

Apenas pense um pouco sobre isso, reflita sobre suas decisões antes de tomá-las, reflita depois de tomá-las, reflita sobre a influência que escolhas aparentemente equivocadas pode ter, positivamente, em eventos futuros.

Torne-se consciente do dédalo e navegue com sabedoria. Viver é caminhar em um Labirinto.

Notas:

1. Leia Labirinto 

2. Leia Abstinência 

Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz!  )

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