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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

#Verborragia: Açude

      Para entender o motivo da "Verborragia" por favor leia o início do texto "Inclusão". A palavra de hoje é "Açude". Na vida prática os açudes são construções artificiais (do contrário seriam lagos) feitos em cursos d'água com o objeto de retê-la para consumo.

      Na vida teórica podemos explorar o conceito infinitamente. A vida em si (biológica + intelectual + emocional + [quiçá] espiritual) consiste num infinito curso de existência; um fluxo mais ou menos dinâmico do ente no espaço, no tempo e nas interações (seja com sua espécie, seja com outras). Há infinitas ocasiões de aceleração (tais como aclives no leito do rio) e de desaceleração (como nos deltas), a maioria delas "natural" (na existência humana quase tudo é artificial, donde as aspas. Leia como "acidental"; algo que ocorreu sem a intenção ou intervenção direta do indivíduo). Em contrapartida a esta "naturalidade" existem (é possível existir; é possível produzir) toda sorte de desacelerações (e mesmo  interrupções) artificiais: açudes.

      Veja bem: um açude não é mero buraco; não consiste em concavidade aleatória produzida sem plano e abandonada aos caprichos da natureza. Ele requer intenção, planejamento e, sobretudo, manutenção. O objetivo do açude é a reserva (d'água ali, de tempo ou vitalidade acolá, de dinheiro noutros casos, etc.), nunca a estagnação.

      O açude que nasce da ausência de intenção não é açude, é acidente e -por isso mesmo- um problema no percurso do ente. Lembre-se, aqui você é o relevo, o açude, o construtor e -principalmente- o rio. Com sorte será um mero atraso. Via de regra é plena interrupção. São açudes não intencionais o Medo, o Preconceito, a opinião alheia, o Comodismo, o Medo (repetição não acidental), a Vaidade e afins.

      O açude não planejado, ainda que desejado (ou seja, intencional), repete os problemas do primeiro (atraso e/ou estagnação) e acrescenta problemas novos: risco de afogamento, desabamento, soterramento, etc. São exemplos de açudes não planejados: a impulsividade, a imprudência, a temeridade, a heteronomia, e por aí vai.

      O Açude sem manutenção (ainda que os outros passos tenham sido dados corretamente) mantém todos os problemas dos dois primeiros e acrescenta a putrefação (água parada engendra pântano), o desastre (por afetar não apenas o indivíduo, mas a alteridade), a morte (mesmo que não seja física. Depressão basta), etc.

      Quais açudes desejar? Como planeja-los? Como mantê-los? Tentar responder essas perguntas é brincar de religião, ou pior, de coach. A vida e valores de cada pessoa são coisas demasiadamente pessoais para que qualquer outro tenha a mais remota intenção de direcionar. Todo líder (espiritual, religioso, político, social, ideológico, etc.) é leviano, mesmo que não intencionalmente. Dadas estas premissas não me cabe oferecer qualquer "como", mas é meu dever apontar-lhe os três pilares. Rever teus próprios açudes (atuais e futuros) à luz deste cuidado atencioso já/será uma grande evolução.

       Boa sorte!

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