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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Goleada da Crueldade

 Há décadas alerto que o brasileiro trata a política como futebol e o resultado deste domingo deixou isso ainda mais evidente.

Ninguém escolhe time de futebol com base em "este é o melhor time", do contrário todo mundo trocaria de time conforme o resultado de cada campeonato. Na política se faz uma escolha baseada em toda sorte de critérios torpes, sem qualquer análise crítica dos projetos, histórico e eficácia do candidato; E brasileiro lá sabe o que é crítica?

O grande problema é que até a penúltima eleição presidencial esse jogo tosco de uni-duni-tê servia apenas para garantir a alternância da mamata; sendo todos corruptos, bailavam sobre as fortunas enquanto o brasileiro simulava participação democrática. Todos os políticos do passado sabiam que algum mínimo de trabalho precisavam entregar, simulando eles mesmos algum cuidado com a população, para manter a máquina funcionando. O povo vivo e em alguma medida feliz estava no horizonte de todos, pois era o povo que alimentava seus esquemas.

O bolsonarismo inaugurou um novo tipo de político: sem deixar de ser corrupto (provavelmente o maior de todos) incluiu a mais profunda crueldade, o ódio contra o povo, o desprezo pelos mais humildes. 

Introduzido este padrão de comportamento e "gestão" a "democracia do futebol" deixou de ser engraçadinha -base para piadas no bar e no YouTube- e passou a ser perigosa, desastrosa, criminosa.

Ocorre que não estamos mais alternando entre grupos de corruptos, esperando ter escolhido um levemente menos corrupto, enquanto fantasiamos o dia mágico no qual um candidato honesto surja para nos salvar; estamos escolhendo entre o político comum (que eu sei que não é santo) e o político verdadeiramente mal, na mais perfeita demonstração de vilania que se poderia encontrar em qualquer conto ou fábula sobre a batalha do bem contra o mal. Ocorre que, assim como no futebol não se declina do time mesmo quando este perde ou até cai para uma divisão inferior, na política o candidato está escolhido e a escolha é ratificada até mesmo quando todo tipo de absurdos são trazidos à tona. O homem diz "Acabei com corrupção!" e o povo abraça e aplaude, voluntariamente cegos à todo o mar de escândalos que vieram à tona nos últimos anos; vídeos com o próprio sujeito dando aulas de corrupção (como receber uma caixa de sapato cheia de dinheiro em troca de um cargo) , a dança das cadeiras dos ministros, a crescente miséria, fome, mortes por COVID, tudo, criteriosamente ignorado, para garantir que não seja necessário "trocar de time". 

O Brasil está na iminência de ser lançado em mais quatro anos de destruição, desmonte e tragédia: LEIA COM ATENÇÃO! É tragédia real; não são algumas trapalhadas bestas das quais a gente ri e segue; tem gente sofrendo, tem gente morrendo; e o brasileiro médio está fazendo essa escolha, de dor, de morte, de sofrimento, de crueldade, porque, como quem escolhe time de futebol, deseja "qualquer coisa, menos no PT!".

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