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Há anos ocorrem ricos diálogos sobre Civilização Humana e Filosofia, Teologia, História e Cultura em geral! Tudo que possa interessar a alguém que espera da vida um pouco mais que outra temporada de BBB! Após diversos convites a tornar públicos estes diálogos, está feito! Quem busca uma boa fonte de leitura, por favor, NÃO VISITE este site. O que esperamos, de fato, é a franca participação de todos, pois não se chama “Outros Discursos”.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

#Verborragia: Gladiador

 Para entender o motivo da Verborragia clique aqui (Por favor Participe! É grátis e fará um [pseudo]autor muito feliz! ).  A palavra de hoje é #Gladiador. Isso vai ser complicado; Esse espaço não é destinado a apreciações historiográficas.

As análises em perspectiva histórica devem ser realizadas pelos especialistas da área, não por um curioso sem qualquer embasamento. Conceitualmente, por outro lado, creio que tenhamos algo para explorar. Lembro-me já ter escrito algo sobre cavaleiros (leia Cavaleiro) e ali explorei, sobretudo, as características de comportamento e honra que a ideia evocava (em detrimento do que pudessem ter sido os cavaleiros históricos). Agora esbarramos com a repetição da imagem do guerreiro, mas um que estava inserido em cenário bem menos romântico.

As batalhas entre gladiadores não tinham função bélica, conquista de território, defesa da honra; foram desenvolvidas para entretenimento; homens eram colocados em situação de morte certa para o deleite de outros; caíam ali escravos e/ou prisioneiros, até onde me lembro e, ainda que houvesse aquele que, por vigor, conseguisse sobreviver (logo, se destacar), não consigo imaginar pessoas voluntariamente se lançando àquela "carreira" (historiadores, eu não vou pesquisar. Fiquem a vontade para contestações e ajustes. Serão muito bem vindos). Vivemos uma vida confusa, recheada de confrontos involuntários e, embora não estejamos em risco iminente de morte, há um quê de "gládio" em nossa jornada.

Ainda que nossos currículos sejam insistentemente preenchidos com afirmações do tipo "estou em busca de novos desafios", a grande verdade é que a maior parte dos desafios que recebemos não foram escolhidos por nós (como teriam sido na via do cavaleiro), foram lançados sobre nós (tal qual gladiadores). Há um "quê" de escravidão, mesmo quando somos o gladiador que se destaca, recebendo promoções, regalias e afins. Os gladiadores originais, enquanto sobrevivessem, deveriam receber apenas refeições e uma regalia ou outra; certamente nenhuma PLR para comprar pacotes em companhias de viagem (#Decolar, patrocina "nóis"). Vamos sobrevivendo, aos trancos e barrancos, juntando migalhas, morrendo um pouco a cada dia, vendendo nosso tempo, nossa juventude, nosso vigor, nossas esperanças, para um sistema que nos ataca com a agressividade de cem leões, dia após dia, e ainda nos cobra gratidão.

Não nascemos para o gládio, nascemos para a música, a poesia, a dança, longas conversas, risadas ao redor do café, filosofia regada a cerveja. Ver o mar. Amar a brisa.

Não nascemos para o gládio!

Por alguma falha conceitual nos desdobramos nesta sociedade defeituosa que precificou o tempo humano (qual o valor da vida?) e privatizou o direito geral à satisfação; não só à vida, mas ao deleite, àquilo que torna a vida Vida, não mera sobrevivência.

Dado o defeito da sociedade, nós, que não nascemos para o gládio, gladiamos. Curiosamente não economizamos esforços na luta pela sobrevivência e, ainda assim, caçoamos de quem deseja lutar pela vivência; decidiu-se que uma vida pacífica e agradável é utópica; volta-se ao gládio.

Não nascemos para o gládio, porém, convém que, por ora, lutemos. Uma guerra definitiva pelo fim das guerras. Não uma guerra armada, é claro; as armas convém aos estúpidos que desejam a manutenção do gládio; a nós cabe empunhar o afiadíssimo verbo numa mão, o escudo da resiliência (leia Resiliência) na outra, e combater o bom combate. Por elmo tomemos a compreensão clara e honesta da História e o peito cubramos com a couraça na análise (crítica).

Não nascemos para o gládio e, por isso mesmo, agora gladiamos!!!

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