Antes de mais nada, combine comigo uma regra simples: todas as negações a seguir são meias verdades. Por quê? Porque a propriedade que negam na verdade existe, mas se torna nula quando ofuscada pela afirmação final.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
#Verborragia: Limiar
Eu não sei você, mas foi bater o olho na palavra sugerida para hoje e meu primeiro desejo foi cair para o conto, ou mesmo a poesia, não a reflexão. Fiquei no limiar de fazê-lo (talvez ainda o faça), entretanto, por ora, sigamos a linha.
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
#Verborragia: Atemporal
Não poucas vezes eu inferi que somos o que lembramos¹; se não há quem lembre, não existiu. “Mas há outros registros: Há os livros, os fósseis, as marcas deixadas…” você protestará, evocando sinais que permanecem no mundo de coisas que aconteceram quando não estávamos aqui, mas somos capazes de resgatar e, com isso, mesmo que ninguém recorde, provar que existiram.
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Olhos que Veem
De uma janela no prédio em que trabalho observei a vidraçaria das janelas do prédio adjacente.
Estas, por sua vez, refletiam o céu, as nuvens e a cobertura do prédio no qual eu estava.
Do alto do meu próprio prédio, um carcará observava o mundo solenemente.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
#Verborragia: Ressonância (ou "A Frequência da Alma")
Hoje, se bem me lembro, tenho 43 anos. Devo ter assistido "Beakman" na falecida TV Cultura em minha adolescência, uns 30 anos atrás. 90% de tudo que eu sei desse mundo deve ter vindo dali. "O que eu sei" não deve ser confundido com "dados úteis para sobrevivência ou trabalho"; São universos distintos.
quinta-feira, 14 de novembro de 2024
#Verborragia: Labirinto II
A palavra de hoje já havia sido sugerida em 2023¹, mas não vou rejeitar sua repetição. Quase um ano nos separa daquele incidente, portanto, o produtor da reflexão não é a mesma pessoal, tampouco obteremos o mesmo resultado.
sábado, 9 de novembro de 2024
#Verboragia: Questionamoro
A palavra de hoje é uma palavra bônus, pois será publicada entre duas quartas. Também é um neologismo, o que torna sua interpretação ainda mais interessante. Foi sugerida pela minha Dulce Colorine. Bora lá!
“Questionamoro”, nas circunstâncias em que veio a ser conhecido, derivava da junção de “questionamento” e “namoro”, referindo-se às pessoas que enamoravam-se pelo questionamento (tipo “nóis” aqui!). Mas oque é, exatamente, o “questionamoro”?
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
#Verborragia: Incógnita
Acho relevante abrir esta reflexão apontando que é positivo, quiçá útil, que a sugestão tenha sido a versão feminina da palavra, pois há menos em "incógnito" do que teremos para explorar aqui.
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
#Verborragia: Metamorfose
Certa vez um professor me ensinou que a origem da palavra "metafísica" era " tà metà tà physiká"¹, que significa algo como "depois (ou além) da física!". Isso se deu em função da forma como os textos de Aristóteles foram organizados, sendo que os conteúdos mais abstratos foram alocados “depois” dos escritos sobre física. Com o tempo o termo passou a denotar tudo que transcende a realidade sensível.
domingo, 20 de outubro de 2024
Bougainvíllea (sonho de 16/10/2024)
Nesta noite (sonho de 16/10 anotado apenas em 20/10) sonhei que assistia uma série. Como todo o sonho, a realidade ali retratada é meio fluída, então, ora eu via a coisa na TV, ora eu via a coisa na minha frente, estando eu mesmo ali na rua, vendo acontecer o que vou descrever a seguir.
Cuidado
Nesta manhã tive uma longa e frutífera conversa com meu filho sobre responsabilidade afetiva. Note que eu disse "conversa", não "sermão", pois não se tratava de um debate sobre imperícias dele em suas relações; muito pelo contrário, apesar de jovem, é um menino muito maduro e sábio, dentro dos limites que a idade impõe. Sempre aprendo muito.
Terminada a conversa ele, que conhece meu gosto pela escrita, pediu que eu escrevesse sobre os tipos de amor, pois o romântico é apenas um dentre tantos, do pai pelo filho, do irmão pelo irmão, amor entre amigos, da pessoa pelo cachorrinho etc.
quinta-feira, 18 de julho de 2024
O atirador de chaves (sonho de 17/07/2024)
Nesta noite sonhei que uma menina (gênio/prodígio) havia desenvolvido uma super IA, de extrema precisão operacional.
sexta-feira, 21 de junho de 2024
#Verborragia: Obrigado pela companhia
A "palavra" de hoje é, na verdade, uma sentença. Foi sugerida pela minha amiga Sara Alice, encerrado o jantar. Após meu agradecimento pela interação, provocou-me dizendo "Obrigada pela companhia! Engraçado, porque parece que eu fui 'obrigada' a ir devido à 'companhia'. Fica aí uma ideia de texto.". Ela riu, eu ri, e cá estamos.
segunda-feira, 27 de maio de 2024
Síndrome de Evangeline
Acabo de postular uma situação emocional que irei chamar "Síndrome de Evangeline".
A referência para a escolha deste nome é o filme "A princesa e o sapo", no qual um vagalume se apaixona por Evangeline a qual, na verdade, é uma estrela no céu, evidentemente inalcançável para o pequeno inseto.
sábado, 11 de maio de 2024
E se Jesus amasse Judas?
Eu gosto de anotar meus sonhos; gosto do que aprendo com eles; gosto do diálogo interno que representam e que provocam.
Gosto de anotá-los; anoto a maior parte; publico muito pouco.
Publico especificamente aqueles cujo conteúdo me parece maior que eu¹, causando-me desejo de poder discuti-los, sendo o que ocorreu com um dos sonhos desta noite, o qual agora compartilho:
sábado, 30 de março de 2024
Compreendi Jesus
Ontem (29/03/2024) fui levado por minha irmã e cunhado à Guararema (se alguém for ao restaurante "Coronel", por favor diga a Ana que ela é encantadora!), para assistir a encenação da Paixão de Cristo. Fui ateu por muito tempo, depois budista, agora (pseudo)hinduísta. Da fé Cristã me encanta o cristo; me repelem as igrejas.
Enquanto assistia os atores moendo Jesus (os caras estavam batendo com vontade), comovido com a memória de tudo o que Jesus significa, pus-me à investigação intelectual de como conciliar aquela sucessão de eventos e seus significados com o meu atual sistema de crenças.
Se Jesus é "Deus visitando o mundo", precisamos resgatar o conceito de avatar, extremamente comum no hinduísmo, por meio do qual os deuses assumem forma humana para realizar sua agenda neste planeta. Krishna, por exemplo, é avatar de Vishnu, inserindo-se no ventre da mãe Devaki, sem conjugação carnal com o pai, Vasudeva. (familiar?)
Se eu pretendo ser um hinduísta honesto, sou obrigado a abrir minha mente para o panteão de divindades possíveis, ou, se preferir, para a infinidade de manifestações possíveis para Deus (monoteísmo polimórfico). Assim sendo, mesmos os deuses externos ao panteão oficial hinduísta precisam ser compreendidos com primos distantes, tão reais e possíveis quanto os deuses vigentes. Se eu fosse me fechar ao panteão que escolhi e declarar que qualquer ideia de divindade externa a ele é errada, mentirosa, pecaminosa e/ou demoníaca, eu não seria hinduísta (o nome disto é cristianismo).
Sendo assim, passei a passear pela trimúrti (a trindade hinduísta), investigando qual daqueles deuses poderia ser Jesus.
Brahma é o pai de tudo, o deus criador deste universo. Ele é intuitivamente vinculável ao Deus pai cristão (e vaidoso igual), sendo contra intuitivo tentar identificá-lo a Jesus. Não é apenas pela presença do termo "pai" que esta separação se opera, ocorre que Jesus não cria. Ele se instalou neste mundo com outro propósito.
Vishnu, ou Krishna, é o deus da manutenção. Uma vez criado o Universo, por Brahma, Vishnu é o deus que se instala na existência para mantê-la. Krishna, a versão humana de Vishnu (e seu oitavo avatar), é sábio, doce, amoroso, repleto de qualidades facilmente identificáveis com Jesus. A presença constantemente amorosa de Devaki nos remeteria facilmente a Maria e a simplicidade serena do pai, Vasudeva, um perfeito José. Mas há um problema. Jesus não é mantenedor. Você consegue entender? Não há manutenção na vinda de Jesus, do contrário, seriamos judaístas (uma religião que acabo de inventar para descrever judeus convertidos, sem o sangue do povo judeu [joguei no Google e descobri que o termo que "acabo de inventar" já existe. Segue o jogo).
Jesus é o cara que correu atrás dos vendilhões com o cinto na mão, prometeu destruir o templo, aniquilou a morte, etc. Para todos os efeitos, o nazareno que veio ensinar o amor é, invariavelmente, um/o destruidor. Há um deus destruidor. Quem? SHIVA!
Om Namah Shivaya!
Shiva é o deus que se fez pequeno, sem pompas, vivendo na floresta, trajando peles de animais. Seus amigos eram as criaturas desperecidas pelos demais, duendes, demônios, etc. As prostitutas, ladrões e cobradores de impostos da mitologia cristão. Shiva é o Deus que desafiou o panteão (destruiu o templo?), para que a vaidade desse lugar à virtude.
Shiva é o deus que tem uma serpente enrolada no pescoço, pois VENCEU A MORTE. Shiva é o deus que tem a Lua como coroa, e incinerou o pecado com um olhar.
Shiva é o deus que uma mulher amou, e para merecer o amor, devocionou-se incontáveis eras para provar o mérito da companhia do amado (Madalena?).
Jesus é Shiva, invariavelmente Shiva, Shiva Shambo.
No teatro de ontem havia uma tela ao fundo do palco. Quando Jesus foi crucificado, os atores ficaram parados, enquanto o telão exibia cenas do filme "A Paixão de Cristo" do Mel Gibson. Quando Jesus cai e Devaki, não, péra, desculpe, Maria tenta confortá-lo ele fala "Viu mãe? Eu renovo todas as coisas!".
Sabe? "RENOVAR" não é "concertar". SE o mundo estivesse com defeito e a função do Cristo fosse o concerto, ele seria Vishnu, inserido no mundo para garantir o retorno à normalidade, a manutenção. Quem renova precisa destruir o velho para introduzir o novo.
Quando eu era católico cantávamos "Eis, que faço novas todas as coisas!", não "Eis que eu concerto no mundo!".
Amanhã é Páscoa, uma festa pagã. Repito, UMA FESTA PAGÃ!
Procure ler o que é "pagão" no dicionário (recomendo o Michaelis). Resumidamente, "o que não é Cristão".
Irmão, Jesus não era Judeu! JESUS NÃO ERA CRISTÃO!
Se desejar, repito: JESUS NÃO ERA CRISTÃO!
Estamos falando do sujeito que destruiu, DESTRUIU, todos os tabus de sua época. O que o cristianismo fez? Erigiu uma infinidade de novos tabus.
Onde você acha que Jesus teria estado ontem e hoje? Comendo bacalhau ou em um churrasco?!?!?!
Shiva, pagão por natureza, "vida que brota da vida, é fruto que cresce no amor, é vida que vence a morte, é vida que vem do senhor".
Vê, mãe, eis que faço novas todas as coisas.
E Ana? Ana é a menina cujo sorriso tomou meu coração e que eu nunca mais verei nesta existência.
Notas:
1. Escute o Eugenio Jorge
quarta-feira, 27 de março de 2024
#Verborragia: Horizonte
Há um oceano de profundos significados para extrair desta palavra. Eu, por outro lado, neste momento, só consigo pensar em "Horizonte de eventos". Você conhece este termo?
Caso você não o conheça, assista "Interestelar". Conheça ou não, preciso explicar algumas coisas:
quinta-feira, 14 de março de 2024
#Verborragia: Transformação
A sacada da #Verborragia é a criação de um mecanismo que me mantenha escrevendo, mesmo se/quando não inspirado. De uns tempos para cá tenho falhado no compromisso, assim, não escrevo nem com ela. Ontem, em particular, fiquei incomodado com meu silêncio, então busquei a palavra, recebendo a sugestão que dá nome à presente reflexão. A sugestão eu recebi ontem, mas não comecei a escrever.
sábado, 9 de março de 2024
Sobre as Mulheres
Decidi escrever fora da data. Não quero deliberar sobre as motivações históricas de seu surgimento, tampouco desencorajar a comemoração, mas sim discutir suas significações presentes. Que toda mulher merece respeito e reconhecimento é fato. E isso é o mínimo. Há uma dívida incomensurável. Necessidade de reparação histórica.
domingo, 11 de fevereiro de 2024
#Verborragia: Carnaval
Nesta verborragia fora de época, exploraremos os preconceitos, suas justificativas e meios de superação. Vou começar pelo fim.
quarta-feira, 3 de janeiro de 2024
#Verborragia: Quimera
Certa feita uma moça me chamou de "fanfiqueiro". Pedindo que explicasse, ela me deu uma descrição levemente distinta daquela que a internet dá. Apoiou-se no meu hábito de publicar textos para dizer que sou um criador de histórias.